A privatização de 49% da AENA poderá render aos cofres de Madrid entre 2 e 2,8 mil milhões de euros. A medida faz parte do Plano B do governo de Zapatero para sair da crise.
Espanha vai mesmo avançar com o processo de privatização da gestora aeroportuária. Mas por causa da crise, para atrair os privados e potenciar o encaixe financeiro, o modelo a implementar será diferente do inicialmente previsto e anteriormente anunciado.
A primeira grande mudança tem a ver com a percentagem do capital da AENA a privatizar. Anteriormente a fasquia estava colocada nos 30%, agora passa para os 49%.
A AENA é a maior gestora aeroportuária do mundo, com receitas de exploração de quase três mil milhões de euros e 187 milhões de passageiros nos seus 47 aeroportos. Mas o seu endividamento está em linha com tal gigantismo: mais de 12 mil milhões de euros.
Entre os interessados na privatização da empresa estarão os grandes grupos espanhóis, desde logo a Ferrovial (que detém a britânica BAA) e a Abertis. Mas também haverá que contar com players internacionais, como será o caso da alemã Fraport.
Os 49% que o governo de Madrid estará disposto a vender deverão render entre 2 e 2,8 mil milhões de euros. Ou um pouco menos, atendendo às circunstâncias actuais.
O valor final do encaixe dependerá também de uma outra medida agora anunciada: a concessão a privados da gestão dos aeroportos de Madrid e de Barcelona.
Tal concessão não estava prevista no modelo de privatização da AENA que estava sobre a mesa, e que apontava para que os dois grandes aeroportos espanhóis fossem geridos por duas sociedades detidas maioritariamente pelo Estado e em que também participassem as autonomias, os “ayuntamientos” e os privados.
Por ora não se sabe em que moldes serão feitas as concessões, mas o simples anúncio aponta, ainda e sempre, para a maximização das receitas e a redução ao mínimo dos encargos de estrutura.