No ano passado, fruto da crise, terão fechado as portas cerca de 1 500 empresas transportadoras rodoviárias de mercadorias, segundo as contas da Antram.
Tal é o resultado do agudizar da crise que, já ao longo dos últimos anos, fez com que muitas empresas do sector fossem parando um número crescente de camiões. Por causa da alta do preço do combustível, pela falta de cargas para transportar, e pela situação caótica do mercado nacional, com uma concorrência desregulada.
Se 2010 foi um ano difícil, 2011 não parece ir ser melhor, a avaliar pelos aumentos constantes do preço do gasóleo e pelas nuvens que pairam sobre a economia.
A Antram insiste em que os transportadores terão de aumentar os fretes entre 8% e 10% para reflectirem o aumento dos encargos. Ao “DE” o secretário geral da associação, Abel Marques, disse que “a procura [dos serviços de transporte rodoviário de mercadorias] não é tanta como seria desejável, e com os preços que o mercado está a praticar muitas empresas não conseguem suportar os custos”. Falta saber se o mercado – e os próprios transportadores – permitirão aumentos de preços.
A Antram quer que o Governo aceite apoiar o sector, criando o gasóleo profissional, baixando os custos da utilização das auto-estradas, promovendo a legislação laboral específica, etc.. Reclamações velhas que não tem sido atendidas.
A ANTP, por seu turno, aguarda até hoje uma resposta da tutela às suas reivindicações. A nova liderança não ameaça com greves, mas promete endurecer a posição.
De acordo com os transportadores rodoviários de mercadorias, só o custo do combustível representará já cerca de metade dos encargos operacionais em que incorrem as empresas do sector.
Do lado dos pesados de passageiros, a Antrop insiste também na necessidade de medidas urgentes de apoio do Estado às empresas do sector. Para evitar, ou pelo menos minorar o aumento intercalar dos títulos de transporte em meados do ano. No limite, Luís Cabaço Martins, presidente da associação, admite o risco de falências entre as empresas do sector.