Desde Março do ano passado, 155 aviões de passageiros foram convertidos em “preighters”, de acordo com o Airline Insight Review 2020 da Cirium.
Com o eclodir da pandemia e a urgência do transporte de equipamento médico e de material de protecção, muitas companhias, um pouco por todo o mundo, com os aviões de passageiros em terra, optaram por retirar-lhes as cadeiras e transformá-los em “preighters”.
Ao todo, de acordo com a Cirium, 155 aviões foram, em algum momento, convertidos em mini-cargueiros. E no final do ano ainda estavam ao serviço 96.
A preferência das companhias foi para a utilização de widebodys, tendo-se contado a conversão de 49 Airbus A330 e 45 Boeing B777.
A região da Ásia-Pacífico, por motivos óbvios, foi onde de contou a maior frota de “preighters”, com um total de 62 conversões (44 aparelhos ainda em operação em Dezembro), seguida da Europa, com 58 aparelhos (27).
A China Eastern Airlines foi a companhia a reconfigurar mais aviões (foram 14), seguida da Lufthansa e da Emirates, com dez cada.
Na análise que faz a estes números, a Cirium assinala que a utlização dos aviões de passageiros para o transporte de carga se justificou nos momentos mais agudos da pandemia, mas que tem os seus limites, até pelos custos que envolve (desde logo, de mão de obra para movimentação das cargas).
Daí, conclui, que seja natural a gradual diminuição da frota de “preighters”, com as companhias aéreas a apostarem em transportar as cargas de forma mais eficiente e rendível.
TAP e HiFly com “preighters”
Por cá, a TAP também apostou nos “preighters”, tendo para o efeito convertido dois dos seus Airbus A330 neo, que recentemente passaram até a ostentar a marca TAP Air Cargo.
Ao longo do ano passado, de acordo com os números divulgados pela companhia, foram realizados 300 voos “cargo only” (não necessariamente em “preighters”) para 30 destinos um pouco por todo o mundo.
A HiFly, por seu turno, foi a única companhia do mundo a transformar um A380 em “cargueiro”, tendo sido por isso notícia internacional. A experiência durou pouco tempo, até porque o aparelho deixou entretanto a frota da companhia.