Com o porto de Lisboa parado por mais uma greve dos estivadores, a Associação dos Transitários de Portugal (Apat) pede responsabilidades pelo continuado fracasso das negociações entre operadores e trabalhadores.
Confrontada com a greve dos estivadores, que se iniciou na passada quarta-feira e e suposto prolongar-se até 12 de Maio, a Apat pede “responsabilidades a todas as partes envolvidas no fracasso das negociações do novo contrato colectivo, que regulará as relações laborais entre operadores portuários e os estivadores de Lisboa”.
“Deverão as partes envolvidas — estivadores, operadores portuários e Governo — esclarecer de uma vez por todas, de forma séria e transparente, o que está por trás destas greves e deste fracasso que se arrasta há mais de quatro anos”, afirma a Apat.
A associação sublinha o “enorme prejuízo que a decisão de parar as operações de movimentação da carga acarreta para o mercado e para a economia nacional” e, por isso, exige saber que “interesses justificam que estivadores, operadores portuários e Governo deixem definhar o porto de Lisboa lentamente até ao seu encerramento”.
“A inaptidão e irresponsabilidade — de todos os intervenientes nas negociações – paga-se cara, e é chegado o momento de se agir construtivamente de modo a garantir que há futuro para o porto da capital, para os seus trabalhadores e para as empresas que trabalham com este porto”, considera.
Agepor e Apat exigem “serviços mínimos”
Nesse sentido, e considerando ser “inaceitável que um porto com a importância e o peso do porto de Lisboa esteja parado sem que sejam prestados quaisquer serviços mínimos”, a Apat faz coro com a Agepor, que sexta-feira se dirigiu à ministra do Mar, pedindo que “sejam decretados os serviços mínimos que permitam retirar do porto contentores frigoríficos com mercadoria perecível e assegurar os serviços mínimos com as regiões autónomas, à semelhança do que se verificou em greves anteriores, atenuando, dessa forma, os prejuízos inerentes à paralisação das operações no porto de Lisboa”.