Os accionistas da A-ETPL, empresa de trabalho portuário de Lisboa, decidiram hoje pedir a insolvência da empresa que gere o contingente comum de estivadores.
“Vimos por este meio comunicar que a Associação – Empresa de Trabalho Portuário (ETP) – Lisboa (A-ETPL), reunida em Assembleia Geral, decidiu pedir a insolvência da Associação, face à situação financeira em que esta se encontra, e face à impossibilidade de encontrar soluções para a sua viabilização com o Sindicato representante dos trabalhadores”, refere o comunicado, assinado pelo presidente da Direcção, Diogo Marecos.
A decisão acontece em plena greve dos estivadores de Lisboa, convocada pelo sindicato SEAL, reclamando aumentos salariais e o pagamento atempado dos salários.
A E-ETPL já tinha avisado para a insustentabilidade da sua situação financeira, por causa da quebra de proveitos – pela redução da actividade, atribuída às sucessivas greves dos estivadores – e do aumento dos encargos – com a integração de mais trabalhadores, acordada com o SEAL.
O sindicato de estivadores tem contestado o discurso dos patrões, sustentando que a crise da A-ETPL se deve antes ao facto de a empresa não actualizar há muito os preços cobrados aos seus clientes – e accionistas – pela cedência da mão de obra portuária.
A insolvência da A-ETPL, a verificar-se, teria como consequência o despedimento colectivo dos estivadores, mas é seguro que será contestada pelo SEAL.
Por outro lado, o processo abre caminho ao surgimento de novas empresas de trabalho portuário. O Grupo Yilport ainda manterá a Operlis e o Grupo ETE estará em vias de criar a sua própria empresa.
A greve dos estivadores de Lisboa, visando apenas as empresas do Grupo Yilport e o TMB. iniciou-se ontem, com uma adesão de 100%. Para amanhã, sexta-feira, está previsto um novo plenário, convocado – ainda antes de ser conhecida a decisão de hoje – para discutir o agravamento do protesto.
Se eu fosse o dono da Ylport, os turcos que compraram os terminais de Leixões e de Lisboa / Liscont automatizava a 100 % os pórticos e despedia 100 % estivadores da SEAL, “quem não trabcuca não manduca”