Os acidentes rodoviários registados em Portugal em 2019 tiveram um custo económico e social para o país estimado em 6,4 mil milhões de euros. equivalente a 3,03% do PIB.
Os acidentes rodoviários com vítimas – mortos, feridos graves e ligeiros – custaram, em 2019, 5,4 mil milhões de euros, enquanto os que geraram apenas dados patrimoniais custaram mil milhões de euros.
Em 2019, o último ano considerado no estudo sobre “O Impacto Económico e Social da Sinistralidade Rodoviária em Portugal”, hoje apresentado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), registaram-se 35 704 acidentes rodoviários, de que resultaram 425 vítimas mortais, 1 462 feridos graves e 33 980 feridos ligeiros.
Acidentes rodoviários envolvendo veículos pesados – camiões e autocarros – contaram-se 929, com 45 mortos, 90 feridos graves e 1 162 feridos ligeiros. Descontados os casos de acidentes com veículos agrícolas, os acidentes com veículos pesados apresentaram o maior número de vítimas mortais por 100 ocorrências (4,84).
Numa análise global aos dados do estudo, Rui Ribeiro, presidente da ANSR, destacou a evolução positiva verificada: “assistimos, nas últimas décadas, a uma redução importante da sinistralidade rodoviária, em Portugal, e isso deve ser assinalado! É notável que em 25 anos tenhamos passado de custos económicos e sociais que representavam 7% do PIB para um valor que se situa em torno de 3%, a preços de 2019 e que tenhamos reduzido em mais de 70% o número de vítimas mortais no mesmo período”
Ainda assim, sublinhou, está-se longe do objectivo da sinistralidade zero, pelo que, defendeu Rui Ribeiro, “o investimento em segurança rodoviária tem que ser um desígnio nacional. Portugal tem tudo o que necessita para ser um exemplo a nível europeu nesta matéria, mas para isso são fundamentais um claro compromisso político e o envolvimento de toda a sociedade2.
De volta aos números. Nos acidentes com vítimas, a maior fatia dos custos – 64,7%, ou 3,5 mil milhões de euros – respeita aos custos humanos, enquanto a perda bruta de produção equivale a 1,4 mil milhões. Os danos na propriedade são estimados em 263,9 milhões de euros. Os custos com os tratamentos médicos valem 84,6 milhões de euros e os custos administrativos 78,5 milhões de euros.
De acordo com o estudo realizado pelo Centro de Estudos de Gestão do ISEG, entre 1995 e 2019 Portugal investiu cerca de 33,7 mil milhões em infra-estruturas rodoviárias, tendo com isso, no mesmo período, evitado 174,8 mil milhões de euros em custos económicos e sociais, 24 140 vítimas mortais, 170 456 feridos graves e 211 615 feridos leves.
» O Impacto Económico e Social da Sinistralidade Rodoviária em Portugal