O Governo Regional dos Açores vai despender até quatro milhões de euros, num prazo máximo de cinco anos, no transporte marítimo de mercadorias entre as ilhas do Faial, Flores e Corvo.
A decisão foi hoje aprovada na reunião do Conselho do Governo. A nova despesa é justificada com a necessidade de garantir o transporte marítimo regular de mercadorias às Flores e ao Corvo até que o porto das Lajes das Flores esteja totalmente recuperado dos estragos provocados pelo furacão Lorenzo e pela tempestade Efrain, o que só deverá acontecer em 2028.
O contrato de prestação de serviços será feito por um ano, e por 800 mil euros, renovável sucessivamente até ao máximo de cinco anos e quatro milhões de euros.
Desde Junho de 2021, o Governo Regional firmou um contrato com o mesmo objectivo, que termina em Agosto próximo. A continuação do fretamento de um navio já havia sido anunciada em Fevereiro passado pela secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas. Na altura, Berta Cabral explicou que o navio, “sendo fretado, pode aguardar uma aberta para atracar [no porto das Lajes das Flores], ao contrário de um navio em rota, que tem de seguir a sua viagem quando não consegue” [atracar].
O serviço que será agora contratado deverá também suprir eventuais dificuldades de abastecimento de mercadorias por via marítima a qualquer ilha da região, sempre que os navios de cabotagem não o possam fazer, “garantindo, assim, que não exista qualquer interrupção no abastecimento de bens à população local”, afirma-se no comunicado da reunião do Conselho do Governo.
O Executivo açoreano decidiu também hoje “aprovar a isenção de tarifas de uso do porto, aplicáveis aos navios e à carga, referentes a navios exclusivamente afectos ao transporte de mercadorias para a ilha das Flores, a operar por armadores nacionais”.
Trata-se, na prática, de compensar de algum modo os efeitos nefastos, para os armadores e para a economia local, das dificuldades de operação no porto das Lajes das Flores.