Oito an0s depois da rejeição do Atlântida, o governo dos Açores dispõe-se a investir 48 milhões de euros na compra de um novo ferry. O concurso foi lançado esta semana.
De acordo com o anúncio publicado em Diário da República, os interessados têm 30 dias para apresentarem as propostas de concepção e construção do navio ro-ro, com capacidade de transporte de 650 passageiros e 150 viaturas. O vencedor disporá de 580 dias sobre a data de assinatura do contrato para entregar a embarcação.
Em 2009, a Atlânticoline, empresa detida pela Região Autónoma dos Açores, rescindiu com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) para a construção de dois ferries, depois de o primeiro, o Atlântida, ter falhado (por pouco, diga-se) a velocidade prevista no caderno de encargos.
Sem os ferries esperados, os Açores viram-se forçados a contratar dois navios, em sucessivos concursos ganhos pela grega Hellenic Seaways, que até ao momento custaram ao governo regional cerca de 30 milhões de euros.
A compra de novos navios, várias vezes falada, foi sempre rejeitada por se tratar de um investimento pesado (cerca de 90 milhões de euros) numa altura em que a economia da Região e do País não estava na melhor forma.
O concurso agora lançado, para apenas um navio, não resolve o problema das ligações no imediato, pelo que no entretanto será necessário continuar a fretar navios.
Devolvido pela Atlânticoline aos ENVC, o Atlântida acabou vendido à Mystic River, de Mário Ferreira, que pouco depois o revendeu, e hoje opera como navio de cruzeiros nos mares do Norte. Já o Anticiclone, o segundo ferry, que não passou dos blocos de aço, foi vendido mesmo assim para ser transformado num ferry para operar em Timor-Leste.