Com mais de 100 navios à espera de passagem, a Autoridade do Canal do Panamá tratou de relativizar, em comunicado, a dimensão do congestionamento.
A seca está a obrigar a gestora do Canal do Panamá a reduzir o número diário de passagens de navios e o seu calado máximo, para poupar na água necessária para fazer funcionar as eclusas.
A situação está a originar atrasos nas viagens, com os os media e as redes sociais a darem conta da acumulação de navios à espera de passagem nos dois extremos do canal.
O caso não é, porém, para alarme, garante a Autoridade do Canal do Panamá, que criticou em comunicado “frenesim” da comunicação social.
De acordo com a entidade gestora do canal, há actualmente cerca de 120 navios à espera de passagem, número que compara com os cerca de 90 que em condições normais sempre têm de esperar pela sua vez de usar a via navegável entre o Atlântico e o Pacífico, sustenta.
No comunicado emitido a propósito, a ACP adianta que, por causa da seca, reduziu de 23 para 14 as reservas diárias de slots, visando com isso gerir a passagem dos navios que não têm marcação prévia.
O tráfego diário de navios através do Canal do Panamá foi reduzido no início de Julho para 32, e assim deverá manter-se até que a situação dos caudais de algum modo se normalize.
Actualmente, o tempo médio de espera dos navios situa-se entre os nove e os 11 dias, sustenta a ACP, para a qual o congestionamento que se verifica é, em si mesmo, uma prova da confiança dos operadores na performance do canal.
O Canal do Panamá é utilizado por cerca de 14 mil navios por ano. Em resultado das dificuldades actuais, a ACP admite perder até cerca de 200 milhões de dólares de receitas anuais.