A Associação Comercial do Porto (ACP) insiste nas virtualidades da privatização em separado dos aeroportos da ANA e defende a urgente realização de um estudo que compara essa hipótese com a venda em bloco.
Numa posição pública hoje divulgada, a ACP sustenta que “o modelo de privatização da ANA em bloco não é o único possível, nem será o mais interessante do ponto de vista do interesse público e, mesmo, do ponto de vista do negócio que se deve centrar na maximização da receita para o erário público.”
A associação liderada por Rui Moreira refere, em defesa da privatização separada, que os aeroportos do Porto e de Faro – e, logo, o seu valor – não estão dependentes do que vier a acontecer com a privatização da TAP, ao contrário do que acontece com Lisboa.
“Por essa razão, a privatização das concessões aeroportuárias em separado poderia permitir um calendário diferenciado e sequencial, em que a privatização dos aeroportos de Porto e Faro não estaria dependente da privatização da TAP podendo, no limite, precedê-la com vantagens em termos do tempo de obtenção de receitas”, é dito no comunicado.
Acresce, na opinião da Associação Comercial do Porto, que a venda separada dos aeroportos poderá atrair mais interessados (alguns dos quais incapazes de acorrerem a um negócio que abranja todo o sistema). “Ou seja, é lícito deduzir que haverá mais procura, e muito mais interessados, numa privatização em separado de aeroportos com características bem diferentes entre si, o que pode trazer ganhos extraordinários nos vários concursos e potenciar um resultado final mais interessante, não apenas na dimensão financeira mas também no que ao desenvolvimento regional diz respeito.”
A ACP lembra ainda as reservas que as companhias aéreas, e em particular as “low cost” (com peso crescente nos aeroportos nacionais) têm relativamente aos monopólios privados no sector.
A associação portuense sugere, pois, que se estudem as várias possibilidades de privatização – em bloco ou em separado -, incluindo “a possibilidade de criar subsidiárias da ANA, de forma a não prejudicar as condições dos financiamentos existentes nessa empresa pública, e que dificilmente poderão ser replicadas na actual conjuntura internacional”.
“Sem esse exercício, tememos que razões ideológicas se sobreponham à razão”, remata a ACP, que lembra que a opção Portela+1, que agora o Governo pretende implementar, foi por si defendida “há já cinco anos”.