A administração da SATA, ainda presidida por Teresa Gonçalves, recomendou “não prosseguir com o actual concurso de privatização” da Azores Airlines. O Governo Regional promete uma decisão para breve.
Num parecer emitido no âmbito do processo de privatização em curso, o Conselho de Administração da SATA recomendou ao Governo Regional abandonar o actual concurso e lançar um novo.
Na base da recomendação está, por um lado, a pouca confiabilidade da proposta do único concorrente a ficar com a maioria da Azores Airlines, e, por outro lado, o desajustamento das condições do caderno de encargos à actual situação da companhia, cujo valor mais do que terá triplicado (tendo superado as metas acordadas com a Comissão Europeia, no âmbito do processo de reestruturação).
A presidente da administração da SATA, Teresa Gonçalves, está demissionária e abandonará o cargo amanhã, terça-feira. De saída está também o administrador financeiro, Dinis Modesto.
A Newtour/MS Aviation é o único candidato à privatização da SATA Internacional, Azores Airlines, propondo-se pagar cerca de cinco milhões de euros por uma posição de 76% no capital da companhia.
Contudo, o júri encarregado de avaliar as propostas, liderado por Augusto Mateus, classificou a do consórcio com apenas 46 pontos numa escala de 100 (e em que a positiva começava nos 25) e expressou dúvidas sobre a capacidade da Newtour/MS Aviation para assegurar a viabilidade futura da companhia, e alertou para a necessidade de existir “força financeira” para cumprir as exigências do caderno de encargos.
O SPAC, sindicato dos pilotos, aplaudiu a recomendação da administração da SATA e lembrou, em comunicado, que a “Azores Airlines está para os Açores como a TAP está para o país, não podendo ficar esquecido que cerca de 80% a 90% dos passageiros da SATA, que assegura o serviço público do transporte entre as ilhas do arquipélago, vêm da Azores Airlines e não se pode pôr em causa uma empresa com grande peso económico e importância para o arquipélago”.
Pelo lado do Governo Regional, a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas prometeu uma decisão para breve.
“É uma questão de timing, do Governo Regional analisar o relatório [da SATA] e com certeza que se terá uma resposta no sentido positivo ou negativo. Mas convenhamos: temos sempre em conta as questões colocadas pelo júri e a opinião do conselho de administração”, afirmou Berta Cabral aos jornalistas no aeroporto de Ponta Delgada, citada pela “Lusa”.