AE ferroviária Algeciras – Saragoça adiada “sine die”

A má notícia foi avançada pelo comissário do governo espanhol para o Corredor Atlântico, em entrevista à “Europa Sur”. “Não podemos definir 2024 ou 2025. Trabalhamos para que seja o mais depressa possível”, respondeu Jose Antonio Sebastian Ruiz, quando questionado sobre o arranque da AE ferroviária entre o porto de Algeciras e Saragoça.

Segundo o responsável, as causas do atraso são a falta de material circulante e as obras de adaptação da infra-estrutura ferroviária para permitir a passagem dos vagões com os semi-reboques.

A falta de material circulante tem a ver com a grande procura nos principais mercados, coincidindo com dificuldades nas cadeias de abastecimento ainda provocadas pela guerra na Europa. Apesar dos esforços dos fabricantes os prazos de entrega medem-se por cada vez mais anos.

Já no que toca à adaptação da infra-estrutura, a Adif tem em curso um plano de obras de 140 milhões de euros, mas em causa estão intervenções em 160 passagens superiores e 64 túneis, com as dificuldades que a falta de materiais e de mão-de-obra e a inflação também agudizam.

O lançamento da AE ferroviária entre o porto de Algeciras e Saragoça ficou decidida no início do ano passado. A ideia era (e é) colocar sobre carris as cargas que entram por Algeciras, desde logo provenientes do Norte de África, e que se destinam aos mercados do Centro e Norte da Europa.

A operação será assegurada pela Rail & Truck Strait Union, consórcio pela EcoRail e pela Continental Rail (entretanto adquirida pela CMA CGM), às quais se juntou a Marcotran.

O plano operacional apontava para o arranque com um comboio diário em cada sentido e ir crescendo até às três ligações diárias em ambos os sentidos, com uma oferta de capacidade de 30 trailers por composição. Contas feitas, estar-se-ia a falar de mais de 800 ligações anuais em cada sentido, o que representaria retirar da estrada uns 48 mil camiões. Só não se sabe quando…