A Aer Lingus rejeitou a terceira oferta de compra apresentada pela Ryanair, que já detém 30% da empresa mas que poderá ser obrigada a vendê-la pela autoridade da Concorrência britânica.
À terceira não será de vez. A administração da Aer Lingus voltou a recusar a proposta de take-over apresentada pela também irlandesa Ryanair, por subavaliar a empresa e por estar muito provavelmente condenada ao fracasso ao levantar problemas de regulação.
A Ryanair propõe-se pagar cerca de 596 milhões de dólares pelos 70% que ainda não controla na Aer Lingus, o que avalia a companhia em 852 milhões de dólares. Os 30% detidos pela Ryanair foram adquiridos em 2006, no âmbito de uma oferta de compra fracassada. A empresa de Michael O’Leary voltou à carga pouco depois, mas igualmente sem sucesso.
Para a Ryanair, a compra da Aer Lingus permitiria criar uma grande companhia irlandesa, capaz de fazer frente aos outros players europeus. Para os demais, a começar pelas autoridades da Concorrência britânicas e europeias, o negócio daria à Ryanair uma posição dominante no mercado irlandês.
A administração da Aer Lingus entende que esse perigo é hoje mais real que antes, porque “o número de rotas que a Ryanair monopolizaria aumentou significativamente”. E por isso acredita que a Comissão Europeia não deverá autorizar a operação.
Mas os problemas da Ryanair poderão não ficar por aí. A autoridade da Concorrência britânica estará a investigar suspeitas de manipulação das cotações da Aer Lingus pela empresa de O’Leary. A decisão deverá ser conhecida em Novembro e, no limite, poderá impor a venda dos 30% que detém.