Agentes de navegação, transitários e carregadores pedem ao Governo e às administrações portuárias alternativas à actual organização dos serviços portuários.
A “AGEPOR, a APAT e o CPC vêm sugerir que o Governo e as Administrações Portuárias, uma vez terminadas as presentes greves, possam estudar as alternativas de licenciar, concessionar, privatizar serviços operacionais, na esfera portuária”, referem as três insatituições num comunicado conjunto emitido a propósito da greve dos trabalhadores das administrações portuárias”.
“Talvez essas alternativas promovam uma maior inovação e eficiência em cada porto e criem uma dinâmica global diferente retirando a estes serviços os constrangimentos de estarem na esfera pública”, acrescenta o comunicado.
A greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) está a penalizar a operação nos portos (o de Leixões estará a ser o mais acfectado) e deverá prolongar-se até ao final do corrente mês.
“O resultado directo desta greve é o mau funcionamento dos portos que se traduz em atrasos e cancelamentos de escalas de navios, com evidentes prejuízos e custos desnecessários para toda a economia, com reflexos negativos na competitividade das exportações e no consumo interno, ou seja, nos bolsos de todos os portugueses”, referem as associações dos agentes de navegação, transitários e carregadores.
“Aainda mais grave, porque as suas consequências perduram no tempo, são os danos que estas greves causam na imagem dos portos portugueses. Os
armadores, sempre que possível, minimizam riscos evitando e fugindo dos portos “problemáticos” quando desenham a rotação dos seus navios. Passam a servir esses mercados por portos alternativos prejudicando a tão importante, como fundamental, conectividade de Portugal com o mundo”, reforçam.
Percebo que a Agepor pretenda garantir o monopólio absoluto das empresas de shipping, eliminando o último reduto de garantia de alguma moralidade no controlo das operações de transporte e logísticas a nível global. A crise actual começa com o abuso das transportadoras marítimas, que também controlam a primeira e última milha, o transporte ferroviário e a operação (estiva) e começaram a comprar aviões para não deixarem nada de fora.
Os transitários independentes e os carregadores parecem que têm andado a dormir: não são os portos, muito menos a sua componente pública, que os andam as espoliar… quem o faz, para além de todos os limites concebíveis desde 2000, são as transportadoras (as representadas pelos membros da Agepor)! Haver um discurso comum significa que alguém está a ser comido (estamos todos, com uma inflação criada expressa e exclusivamente pelas transportadoras…).
Corrijo: 2020.