A Air France-KLM está a negociar com os governos francês e holandês e a Comissão Europeia um novo resgate, face à deterioração das condições do mercado.
A Air France-KLM registou perdas de 7,1 mil milhões de euros no ano passado, em consequência da crise sem precedentes que assolou o sector provocada pela pandemia de Covid-19.
Só no último trimestre de 2020, as perdas elevaram-se a mil milhões de euros (ainda assim, abaixo dos 1,3 mil milhões previstos pelos analistas), com as receitas a caírem 64,3% para 2,36 mil milhões de euros.
Entre Outubro e Dezembro, o grupo franco-holandês gastou 2,1 mil milhões de euros para manter as operações. No final do ano, tinha 9,8 mil milhões de euros de liquidez e linhas de crédito, contra 12,4 mil milhões três meses. A dívida líquida ascendia a 11 mil milhões.
Para piorar as coisas, o recrudescimento da pandemia e das limitações às viagens ameaça comprometer a época de Verão, que se esperava de retoma.
Assim sendo, um novo resgaste parece inevitável e as negociações com as autoridades nacionais e comunitárias já começaram. “É uma questão de dias ou de semanas, não de meses”, confirmou Frederic Gagey, director financeiro, à “Bloomberg”. “Mas ainda temos tempo, não estamos numa situação demasiado difícil, não é uma urgência”, acrescentou.
No ano passado, os governos francês e holandês, principais accionistas, acordaram resgatar a AF-KLM em cerca de dez mil milhões de euros, entre empréstimos e garantias.