O mercado mundial de carga aérea deverá crescer 3,1% ao ano nos próximos 20 anos, antecipa a Airbus no seu mais recente Global Market Forecast.
A previsão de 3,1% representa uma ligeira revisão em baixa dos 3,2% de crescimento anual da carga aérea previstos ainda em 2023. A Airbus justifica com a esperada aproximação dos ritmos de crescimento do comércio mundial e do PIB mundial (3,1% e 2,6%, respectivamente, nos próximos 20 anos, contra 4,1% e 2,9%, idem, nos últimos 20).
Ainda assim, o mercado mundial de carga aérea deverá passar dos 245 mil milhões de toneladas-km de 2023 para os 525 mil milhões de toneladas-km em 2043.
A carga expresso crescerá mais depressa que a carga geral (4,4% vs. 2,7% ao ano), e com isso aumentará a sua quota de mercado, dos actuais 20% para 25%.
Para responder ao aumento da procura, a frota mundial de aviões cargueiros passará de 2 220 aparelhos em 2023 para 3 360 em 2043. Dos actuais apenas 890 continuarão a operar dentro de 20 anos (a construtora europeia justifica-o com a crescente longevidade dos novos aparelhos). Será, por isso, necessário substituir 1 330 e acrescentar 1 140.
Nas previsões da Airbus, dos 2 470 cargueiros que entrarão no mercado nas próximas duas décadas, cerca de 940 serão construídos de raiz e cerca de 1 530 resultarão de conversões.
A tendência será para utilizar cada vez aviões maiores, prevendo-se a entrada no mercado de 620 large widebody (com uma capacidade de +80 toneladas), 880 mid-size widebody (40-80 toneladas) e 970 single aisle (10-40 toneladas).
Incluindo o mercado de passageiros, a Airbus projecta um crescimento dos actuais 24 260 aviões para 48 230, o que implicará o fabrico de 42 430 novos aparelhos (incluindo substituições).
A China e a Ásia-Pacífico manter-se-ão como os principais mercados para a indústria aeronáutica, com necessidades de 9 520 e 9 990 aviões novos, respectivamente. A Europa e a CIS precisarão de 8 050, a América do Norte reclamará 7 100, o Médio Oriente 3 740, a América Latina 2 570 e África 1 460.