A associação de empresas de transporte alemã VDV e o lobby Allianz pro Schiene defendem a reabertura de 200 linhas ferroviárias.
As duas organizações actualizaram uma lista, originalmente elaborada em Maio de 2019, de linhas propostas para reactivação. A nova versão adiciona 55 linhas, com uma extensão combinada de 963 km, elevando o total para 238 linhas com um comprimento total de 4 016 km.
As 238 linhas poderão servir 291 cidades e uma população de cerca de três milhões de pessoas. VDV e Allianz pro Schiene acreditam que cerca da metade da extensão é passível de electrificação.
“Se o transporte ferroviário é o modo de transporte do século XXI, devemos olhar para todo o país e não apenas para as principais cidades e aglomerados urbanos ou viagens de longo curso. Na Alemanha, cerca de 70% das pessoas vivem em cidades pequenas ou médias, ou no interior. Para esta grande maioria da população precisamos de serviços ferroviários eficientes e ecológicos. É uma questão de protecção do ambiente e também de equivalência das condições de vida”, afirmou o presidente do comité de infra-estrutura ferroviária da VDV, Jörgen Bosse, na conferência “Regresso do transporte ferroviário”, realizado recentemente.
No mesmo evento, o director-geral da Allianz pro Schiene, Dirk Flege, sugeriu que, aproveitando a oportunidade para reactivar as linhas fechadas, a Alemanha pode “interromper a remoção de há décadas da ferrovia das áreas rurais e revertê-la. Essa é uma receita de sucesso para obter uma melhor combinação de transporte no futuro”.
Mais de 900 km já reabertos
933 km de linhas de passageiros e 364 km de linhas de mercadorias foram reabertas ao tráfego entre 1994 e 2020. No entanto, durante o mesmo período, foram retirados serviços de passageiros num total 3 600 km, com os serviços de mercadorias a terem, também, um saldo negativo. A rede ferroviária diminuiu, assim, de 44 600 km para 38 500 km naquele período de tempo.
A VDV e a Allianz pro Schiene indicam que a reabertura de cinco linhas nas áreas mais densamente povoadas da Alemanha actualmente sem serviço ferroviário permitiria o acesso a comboios a 300 mil pessoas. As duas organizações apontam para mudanças na Lei Municipal de Financiamento de Transportes alemã, que melhoraram as opções para possíveis reaberturas, estimulando actividades a nível local e regional para desenvolver propostas viáveis.
“Acreditamos que isso acelerará a reactivação de linhas encerradas ao longo dos próximos anos”, previu Jörgen Bosse.
E EM PORTUGAL QUE FAZEMOS?
Sem dúvida que o Futuro dos Transportes de Passageiros e Mercadorias passa pela Ferrovia.
É a Saúde do Planeta que o exige e a Situação Económica do País que o recomenda..
A descarbonização da ozonosfera, a redução dos custos de transportes recomenda a adopção urgente de um Plano Ferroviário Nacional abrangendo não só a Rede Ferroviária mas também a Indústria Ferroviária. Que a deriva neo-liberal reduziu (cerca de 1300 Km de Rede) ou liquidou (REFER, Sorefame, Cometna….).
Portugal tem uma vantagem competitiva adicional que deve urgentemente aproveitar – o Determinismo Geográfico que nos localiza no ponto mais Ocidental da Europa Continental. Perto dos Continentes Americano, Africano e Asiático (via Canal do Panamá)!
AQUI ONDE A TERRA SE ACABA E O MAR COMEÇA (Lusíadas, canto III, soneto 20)…
Devendo assim acelerar a desbalcanização ferroviária do País e afirmar os nossos Portos como Porta Atlântica da Europa Continental.
Pela Ferrovia dar continuidade ao Mar…. Pelo Mar dar continuidade à Ferrovia!