A Alemanha e o Qatar acordaram hoje uma parceria energética de longo prazo, que o ministro da Economia alemão disse ser um passo para diminuir a dependência do gás russo.
O acordo foi anunciado por Robert Habeck após um encontro com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, em Doha.
O ministro alemão explicou que as empresas que o acompanham na visita a países do Golfo irão agora negociar os termos dos contratos com o Qatar, mas não deu pormenores sobre os montantes acordados.
O ministro disse que a parceria acordada em Doha inclui não só o fornecimento de gás natural liquefeito, de que o Qatar é um dos maiores exportadores mundiais, mas também a expansão das energias renováveis e medidas de eficiência energética.
A Alemanha planeia construir terminais de gás natural liquefeito para diversificar as suas fontes de energia e tornar-se menos dependente da Rússia, um objectivo que ganhou ímpeto com a guerra na Ucrânia.
De acordo com o Ministério da Economia alemão, a Rússia é responsável por cerca de 55% das importações de gás da Alemanha.
A Rússia também fornece à Alemanha metade das suas necessidades de carvão e cerca de 55% de petróleo.
O novo governo alemão, que integra sociais-democratas, Verdes e liberais, suspendeu o gasoduto Nord Stream 2, que transportaria gás russo directamente para a Alemanha, no âmbito das sanções contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia, em 24 de Fevereiro.
Desde então, Robert Habeck, dos Verdes, tem procurado outros fornecedores, sendo o Qatar uma das alternativas, a que se segue uma visita aos Emirados Árabes Unidos (EAU).
Antes de partir para o Qatar no sábado, Robert Habeck sublinhou a preocupação do governo com o fornecimento de energia na Alemanha no próximo Inverno. “Se não recebermos mais gás no próximo Inverno e as entregas da Rússia forem limitadas ou interrompidas, não teremos o suficiente para manter todas as casas aquecidas e a nossa indústria a funcionar”, disse à rádio Deutschlandfunk.