O governo alemão autorizou a entrada da COSCO Shipping Ports num dos terminais de contentores do porto de Hamburgo, mas limitou-a invocando “protecção da segurança e da ordem públicas”.
Na prática, a COSCO Shipping Ports apenas poderá adquirir 24,9% do capital do terminal de Tollerort, um dos três do porto de Hamburgo, contrariamente à participação de 35% inicialmente acordada com a HHLA.
De acordo com o Ministério da Economia germânico, o limite de 25% impedirá que o grupo COSCO venha a deter “uma participação estratégica” nas actividades portuárias em Hamburgo.
O negócio foi acordado no ano passado, e mereceu na altura a concordância da HHLA e do município de Hamburgo, que detém a maioria do operador portuário. Mas no mês passado o ministro da Economia e Tecnologia do governo federal levantou dúvidas.
A questão tem sido debatida do ponto de vista político até porque os Verdes e os conservadores do FDP, que fazem parte da coligação governamental liderada por Olaf Scholz, mostraram reservas receando o mesmo tipo de dependência que ocorre em relação ao gás russo.
De acordo com a imprensa alemã de hoje, Scholz, que deve deslocar-se à República Popular da China em Novembro, acompanhado de uma delegação empresarial alemã, tem-se mostrado favorável à participação da COSCO no negócio do porto de Hamburgo.
Este é o primeiro investimento da COSCO no porto alemão, a exemplo do que já fez em Roterdão e Antuérpia. Precisamente, o presidente da Câmara de Hamburgo sustentou., em entrevista à “Reuters”, que a intervenção do governo federal no negócio distorcerá a concorrência entre o porto de Hamburgo e os seus concorrentes directos.