As autoridades de transportes algarvias e cinco empresas de transporte público da região vão trabalhar na criação de um passe intermodal único.
A expectativa é que o passe intermodal único “seja um realidade no primeiro semestre do próximo ano”, sendo que o Algarve será a terceira região do país, depois de Lisboa e Porto, a trabalhar para criar um passe único para todos os operadores de transporte público regionais, disse o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL).
António Pina falava à “Lusa” à margem da assinatura do memorando de entendimento entre os promotores do passe único, no âmbito do seminário “Os desafios da mobilidade”, realizado na Escola Superior de Hotelaria e Turismo, em Faro.
Segundo o responsável, as entidades que subscrevem o memorando comprometem-se “a trabalhar e a disponibilizar informação” para que haja “apenas um passe para os vários transportes públicos que operam na região”.
O memorando inclui a AMAL, como Autoridade de Transportes Regional, a CP, que tem a exploração da ferrovia, e depois as outras sete entidades municipais de transportes de Albufeira, Faro, Lagos, Loulé, Olhão, Portimão e Tavira.
Participam também a Vizur, EVA Transportes, PXM – Transportes Rodoviários Urbanos de Faro, Translagos e Sandbus.
António Pina manifestou o desejo de que a AMAL, no futuro, “passe também a ser autoridade de transportes ferroviário”, de modo a poder definir formas de interligação com o transporte rodoviário.
“O transporte público hoje está cada vez mais na agenda de cada família. Se até há um tempo, a questão do transporte público era encarada do ponto de vista das acções climáticas e da redução da poluição pelo [menor] uso individual dos carros de cada um, agora tem uma outra dimensão”, notou.
Segundo o também presidente da Câmara de Olhão, o actual preço dos combustíveis “leva a que as famílias percebam que o transporte colectivo é talvez a única forma de desonerar o orçamento familiar no que diz respeito à mobilidade”.
Esta nova realidade coloca, segundo António Pina, a “mobilidade nas prioridades da gestão autárquica e da gestão governamental”.
Frisando que ainda é cedo para falar num custo final para este passe intermodal, que começará a ser definido quando o trabalho realizado por todos os intervenientes evoluir, António Pina considerou que “a união dos diferentes módulos é a única que pode trazer alguma eficiência ao sistema”.
“Todos [os operadores] prestam serviço público e aquilo que se pretende é ganhar eficiência nesse serviço público e eficácia”, afirmou, acrescentando que “o passageiro é o mesmo, o utilizador é o mesmo” e é preciso “facilitar a sua vida, disponibilizando informação fidedigna, fazendo as ligações mais eficazes possíveis e com a comodidade de o mesmo passe servir para tudo”.