A Alitalia acredita que conseguirá atingir o objectivo de regressar aos lucros em 2017, apesar da perdas semestrais maiores que o previsto da agora filial da Etihad Airways.
A companhia italiana anunciou uma perda líquida de 130 milhões de euros no primeiro semestre de 2015, um volume superior ao previsto e que pode colocar em causa a meta para o total do ano de perdas líquidas de 203 milhões de euros e de prejuízos operacionais de 160 milhões de euros.
O incêndio no aeroporto de Fiumicino, em Maio passado, foi um sério revés e custou à operadora 80 milhões de euros.
A empresa está, ainda assim, optimista. “O nosso desempenho está em linha com o plano de negócios e, pela primeira vez desde 2009, a taxa de ocupação no trimestre foi superior a 80%. Estamos no caminho certo para atingir o nosso objectivo de alcançar a rentabilidade em 2017”, referiu, citado num comunicado de imprensa, o director-geral interino da Alitalia, Luca Cordero di Montezemolo.
O gestor recordou, além disso, os novos serviços e rotas que a companhia se prepara para inaugurar na América Latina. Para as novas ligações, a empresa terá de reforçar a frota de longo curso, que deverá crescer 20%. Este crescimento deverá ser feito com base na carteira de encomendas que a Etihad tem à Airbus e Boeing.
Sindicatos querem mais informações sobre saída de director-geral
Os sindicatos da Alitalia partilham, em parte, deste optimismo, mas colocam algumas questões, desde logo sobre a saída do anterior director-geral, Silvano Cassano, ocorrida em Setembro.
Os representantes dos trabalhadores ficaram surpreendidos com a saída repentina e “por razões pessoais” do executivo que tinha sido contratado cerca de um ano antes justamente para recuperar a companhia aérea italiana
“É urgente que saibamos, um ano após a chegada da Etihad, se as causas estão ligadas a uma alteração da direcção, aos resultados do plano estratégico ou aos problemas surgidos em Fiumicino”, afirmou um delegado sindical, citado pelo “Tour Hebdo”.