O “outlook” para o sector do transporte marítimo de contentores continua acidentado em 2017, de acordo com a AlixPartners. A consultora avisa que a consolidação dos operadores ajuda, mas o proteccionismo crescente é uma ameaça.
O relatório da AlixPartner analisou a falência da Hanjin Shipping, o Brexit e a eleição de Donald Trump para Presidente dos EUA e questiona-se se a tendência de proteccionismo pode ameaçar o crescimento do transporte de contentores que está em curso desde os anos 1950.
A análise aponta três prioridades para as companhias em 2017: foco no cliente e rentabilidade de rotas, redução de custos operacionais e racionalização de frotas.
“O sector continua no meio da maior convulsão desde a crise financeira de 2008. As companhias devem manter o foco na eliminação de custos do negócio ‘core’”, refere, citado pela assessoria de imprensa, o director-geral da AlixPartners, Esben Christensen.
“Apesar de ter havido, recentemente, boas notícias nos preços dos fretes, o sector continua com necessidade de preparação para desafios contínuos. A recente consolidação não é cura para todo o sector”, acrescenta Christensen.
O relatório da consultora, que foi desenvolvido com base nos 12 meses anteriores a 30 de Setembro de 2016, avisa que o mercado global de transporte marítimo de contentores ainda deverá ter excesso de capacidade no futuro próximo. A AlixPartners salienta que a consolidação é a única forma para ajudar a resolver aquele problema, mas é, avisa a consultora, uma solução que foi ignorada até há pouco tempo.
“Embora a consolidação do sector do transporte marítimo seja positiva, não é, de forma alguma, a panaceia para o sector dos contentores e, definitivamente, para os fornecedores de tonelagem”, indica, no mesmo documento, Albert Stein, outro dos directores-gerais da AlixPartners.
“São esperadas grandes convulsões em 2017, sobretudo entre os armadores gregos e alemães, que terão um mercado mais pequeno, se não inexistente, para os seus navios. Tudo o que vejo é opção por construção e compra de navios para rotas que já têm demasiada oferta, o que redundará em retornos que serão uma desilusão para todos, em particular no novo ambiente global de negócios”, acrescenta a mesma fonte.