A Alstom e a Siemens acordaram uma fusão entre iguais das respectivas actividades ferroviárias. Objectivo: enfrentar a concorrência da gigante chinesa CRRC.
O acordo foi anunciado ontem. Mas a fusão só deverá ficar concluída no final de 2018. A “nova” Alstom, resultante da fusão, será detida em partes iguais por franceses e alemães, mas manterá a sua sede na região parisiense e continuará a ser dirigida por Henri Poupart-Lafarge.
O novo gigante realizará um volume de negócios de 15,3 mil milhões de euros e contará cerca de 60 mil funcionários.
O acordo é tido como inevitável, face à crescente concorrência chinesa no mercado mundial, inclusive na Europa. A CRRC Corp foi criada em 2014, resultado da fusão entre empresas estatais, por ditame do governo de Pequim, e factura hoje cerca de 18 mil milhões de euros.
Ainda assim, a fusão levanta dúvidas, nomeadamente em França. O Estado gaulês, que detém 20% da Alstom, não participará na nova companhia mas terá sempre capacidade para a influenciar, quanto mais não seja mediante as compras de composições. Os centros industriais e de I&D da Alstom em território francês deverão manter-se, e bem assim os cerca de nove mil trabalhadores… pelo menos nos primeiros quatro anos após a fusão.
A nova entidade reunirá as actividades ferroviárias da Alstom e a divisão da Mobilidade da Siemens.