A concessão do primeiro troço da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa atraiu dois candidatos: um consórcio luso liderado pela Mota-Engil, e outro provavelmente espanhol.
A Infraestruturas de Portugal recebeu “duas propostas ao Concurso Público com Publicidade Internacional para a Concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã, que integra a 1ª de três fases da nova Ligação Porto – Lisboa”, anunciou em comunicado o Ministério das Infraestruturas e Habitação.
“Caberá agora ao Júri do Concurso proceder à análise das propostas apresentadas pelos concorrentes, de acordo com o Programa do Procedimento”, acrescenta a nota, sem identificar os candidatos.
Um dos candidatos será um consórcio liderado pela Mota-Engil e que integrará outras cinco construtoras nacionais, confirmou à “Lusa” uma fonte do agrupamento.
O outro concorrente deverá ser de origem espanhola, conhecido que é o interesse de várias construtoras do país vizinho na Alta Velocidade lusa.
O concurso foi lançado em Janeiro deste ano, ainda pelo Governo liderado por António Costa. Em causa está a “Concessão, por 30 anos, da linha de Alta Velocidade Porto (Campanhã)-Oiã, com duas fases: Desenvolvimento, com 5 anos, para concepção, projecto, construção e financiamento da infra-estrutura; Disponibilidade, com 25 anos, para manutenção e disponibilização dos activos. Tem 71 km de extensão, via dupla de bitola 1668 mm para passageiros e velocidade máxima de 300 km/h, visando um tempo de percurso directo Porto-Lisboa próximo da 1h15. Inclui uma ponte rodo-ferroviária sobre o Douro, ligações à Linha do Norte, em Canelas, com 17 km de extensão, a adaptação da Estação de Campanhã, uma nova estação em Santo Ovídio, Vila Nova de Gaia, subterrânea, e uma subestação em Estarreja. Não inclui a manutenção do edifício de passageiros, interface e estacionamento das estações de Campanhã e Santo Ovídio, da via e catenária da Estação de Campanhã, das partes não estruturais do tabuleiro rodoviário da ponte sobre o Douro e dos AMV a instalar na Linha do Norte, que transitam para a IP com a sua receção”.
O procedimento tem um valor de 1,66 mil milhões de euros, a que se podem somar 480 milhões de euros de fundos europeus, perfazendo assim 2,14 mil milhões de euros.
O concurso para o segundo troço, entre Oiã e Soure, da primeira fase da linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa deverá ser lançado ainda no mês corrente.
“Estamos a construir futuro. Muito mais que descarbonizar, trata-se de mudar o modo de pensar relativamente ao transporte, uma decisão de verdadeira coesão territorial e social. Ir de Lisboa ao Porto em 1h15? Porquê usar um avião quando o comboio o assegura? Decisões de hoje, para uma vida inteira”, sublinhou, citado no comunicado de hoje, o ministro Miguel Pinto Luz.
Custa escrever isto porque todo este processo assenta em trabalho intenso de colegas com poucos meios. Mas nas decisões prevaleceram critérios políticos sobre os critérios técnicos, e temos um projeto de alta velocidade incompatível com os critérios das redes transeuropeias TEN-T que definem a rede única ferroviária interoperável europeia. Dirão o governo e a IP que a regulamentação permite isenções, mas define prazos que cada estão mais inacessíveis. O facto de só aparecerem 2 candidatos é sintomático da qualidade insuficiente do projeto (mais uma vez, não por incapacidade de compreensão do problema dos técnicos, mas dos decisores políticos). Idem pelo limitado cofinanciamento, quando os fundos geral e de coesão CEF permitiriam ir aos 70%. Ainda por esclarecer o montante do financiamento do BEI. Ainda por esclarecer o montante do financiamento do BEI. Idem para as condições da PPP. Está-se comprometendo o futuro da ferrovia, apesar das generosas declarações de “verdadeira coesão territorial e social”. São efetivamente “decisões de hoje para uma vida inteira” pelas piores razões quando precisávamos de um apoio financeiro e técnico mais significativo por parte da União Europeia ouvindo o coordenador do corredor atlântico, duma coordenação com Espanha para ligação exportadora à Europa. Ao menos que se nomeie uma comissão independente como se fez para o aeroporto para rever o PFN, ou então por concurso público internacional, seleção de gabinete da especialidade.
Obrigado Fernando Santos Silva, como em quase todos assuntos económico, partimos com 50 anos de atraso relativamente a Espanha, haja esperança na ferrovia, no aeroporto de Lisboa e na ttt para diminuir o isolamento face ao centro da Europa !
Obrigado também ao Prof. Catedrático Eng. Fernando Nunes da Silva pelo brilhante artigo publicado na revista ACP. Contudo não refere o plano da TTT, como está desenhado, de não possibilitar passagem dos mais altos barcos, independentemente de serem transatlânticos ou super- contentores com 40, 50 ou 60 metros de altura. Alguém se esqueceu deste fato ? …
É preciso alguém alertar a IP de que a TTT não poderá impedir a passagem dos mais altos dos transatlânticos com 40, 50 e 60 metros !? …
Prof. Cat. Fernando Nunes da Silva, por favor informe ministro das obras públicas que não é possível construir a TTT no Tejo impossibilitando passagem dos mais altos transatlânticos com mais de 40, 50 e 60 metros de altura, obrigado jl