A fase 1 da linha de Alta Velocidade entre o Porto e Vigo poderá vir a custar mais 350 milhões de euros que o previsto inicialmente.
De acordo com a apresentação “A ferrovia no contexto ibérico”, feita por José Carlos Clemente, director de Empreendimentos da IP, num recente encontro ibérico em Sines, a gestora da infra-estrutura aponta agora para cerca de 1 250 milhões de euros de investimento, quando a apresentação inicial do Programa Nacional de Investimentos (PNI) 2030, divulgada em Outubro de 2020, referia 900 milhões de euros.
Em causa está a ligação entre Braga (Tadim) e Valença, fase 1 da linha de Alta Velocidade Porto – Vigo, cuja conclusão está prevista, segundo o documento da IP, para 2029/2030.
Fonte oficial da IP esclareceu hoje à “Lusa” que se trata de estimativas baseadas nos projectos que estão a ser desenhados pela empresa e que não devem ser tomados como finais.
Aos 1 250 milhões de euros juntam-se 60 milhões de euros para a quadruplicação da Linha do Minho entre Contumil e Ermesinde, pode ainda ler-se no documento.
Quanto às outras fases, a segunda, prevista para depois de 2030, compreende a ligação do Aeroporto Francisco Sá Carneiro ao Minho e à Galiza e está estimada em 350 milhões de euros pela IP.
Já o troço entre o aeroporto e a estação de Porto – Campanhã está integrado no projecto da nova linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, segundo a apresentação de José Carlos Clemente, e está estimado em 450 milhões de euros.
Quanto à continuidade da ligação em Espanha, a nova linha entre a fronteira e Vigo permite “viabilizar serviços de continuidade Porto – Vigo – Corunha” e “reduzir tempos de percurso até 27 minutos”.
Em estudo, segundo o documento do director da IP, está também a ligação entre a linha de Alta Velocidade e a actual Linha do Minho, em Valença, mas a IP adverte que “possui remota viabilidade ambiental”. Ainda assim, o documento refere que esta conexão “permitiria contornar eventual desfasamento da nova linha fronteira – Vigo” e “ponderar eventual serviço a Valença através da estação actual”.
O documento realça que os “investimentos em Portugal e Espanha são mutuamente dependentes”.
Mais uma prova das contas feitas “à medida” pelo Ministério de Pedro Nuno Santos que nos carrega com Biliões de Euros de dívida Pública para os contribuintes portugueses pagar, nós que já estamos na cauda da Europa pobre !!
Parece que, para além das contas feitas à ” medida”, se estão a preparar para repetir a “cena” das autoestradas: minar o norte com troços de AVE? não faria mais sentido uma única linha AVE Lisboa/Porto/Vigo?
Uma nota: a linha AVE Paris/Bruxelas/Amsterdão passa pelo aeroporto de Bruxelas? não, não passa. E em Antuérpia fizeram nova estação para a AVE? não, não fizeram: passa em túnel por debaixo da belíssima e antiga estação (UM MONUMENTO, para quem não conhece) devidamente adaptada. Portugal é um país cada vez mais “rico” e portanto não necessita seguir esses “maus” exemplos.