A Amazon Air anunciou ter encomendado 12 aviões de carga. Com as novas aeronaves, a companhia do gigante do e-commerce passará a contar com 82 aparelhos.
A nova encomenda deve-se, além dos obectivos ambiciosos da Amazon para a sua divisão de entregas, ao aumento da procura durante a pandemia de Covid-19. Os Boeing 767-300 convertidos para transporte de mercadorias foram alugados ao Air Transport Services Group, tendo o primeiro já começado a voar com as cores da Amazon no mês passado, e com as restantes unidades a serem entregues no próximo ano.
A Amazon lançou os seus próprios aviões cargueiros em 2016, com o duplo objectivo de aumentar a rapidez das suas entregas e reduzir a dependência de fornecedores terceiros. A frota não parou de crescer desde então, especialmente no ano passado, quando a Fedex decidiu encerrar os seus contratos de entrega terrestre e aérea com a Amazon.
Paralelamente, a gigante do comércio electrónico planeia abrir novos hubs aéreos regionais nos Estados Unidos e em Porto Rico.
A Amazona investiu, desde 2014, 60 mil milhões de dólares (53 mil milhões de euros) na sua rede logística, de acordo com um relatório do Bank of America Global Research divulgado pela Digital Commerce, com a criação de uma rede de transporte aéreo e terrestre, para além dos seus 1 600 locais de logística (500 dos quais só nos Estados Unidos).
Com esse investimento a companhia conseguiu entregar três mil milhões dos 4,5 mil milhões de pacotes distribuídos nos Estados Unidos em 2019, ou seja 66% do total. Fora dos EUA, aquela proporção é de 48%, para um total de 1,2 mil milhões de pacotes entregues.
Em termos de número de pacotes distribuídos, a Amazon tornou-se no quarto maior distribuidor dos Estados Unidos, com 12,8% de quota de mercado, atrás da Fedex (34,6%), UPS (26,3%) e US Postal Services (17,3%).
As projecções do Bank of America Global Research apontam para que a Amazon possa assegurar uma posição maioritária do mercado de entrega de comércio online dos Estados Unidos, levando em consideração as suas próprias encomendas e as de outros retalhistas. O relatório indica que a companhia poderá, em 2025, entregar entre 7,5 e 9,7 mil milhões de pacotes encomendados online naquele país, o que representará 38% a 49% de quota de mercado.
Para assegurar as suas entregas terrestres, a Amazon poderá contar com 100 mil furgões eléctricos encomendadas à Rivian Automotive, uma start-up na qual investiu quase 600 milhões de euros. Os veículos serão entregues de forma faseada até 2024.