A AMP assinou hoje os primeiros quatro contratos de concessão de outros tantos lotes da nova rede de transporte rodoviário de passageiros. Fica a faltar um.
Finalmente, três anos volvidos, a Área Metropolitana do Porto (AMP) assinou os primeiros contratos saídos do concurso lançado para a exploração da nova rede de transporte colectivo. A operação propriamente dita só deverá arrancar em meados do próximo ano, assim o Tribunal de Contas dê o necessário visto aos contratos.
Hoje, foram assinados os contratos que envolvem a Nex Continental Holdings (Lote Norte Nascente: Santo Tirso / Valongo / Paredes / Gondomar), a Porto Mobilidade (agrupamento Viação do Minho / Transdev / Litoral Norte, no lote Norte Poente: Póvoa de Varzim / Vila do Conde), a Xerbus (agrupamento Xerpa e Monbus no lote Sul Nascente: Santa Maria da Feira / São João da Madeira / Arouca / Oliveira de Azeméis / Vale de Cambra) e com a Transportes Beira Douro (pertencente à Auto Viação Feirense, no lote Sul Poente: Vila Nova de Gaia e Espinho).
A aguardar uma decisão judicial permanece a concessão do lote 1, atribuído à Barraqueio / Resende, depois de afastada a Barranqunse, mas que a Sequeira, Lucas & Ventura contesta.
Falando na cerimónia de assinatura dos contratos, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da AMP, disse ter “esperança de que este momento seja um momento de viragem na qualidade do serviço de transporte público” na região.
“Temos nele [no concurso] todas as expectativas de ver, finalmente, uma verdadeira rede de transporte público que sirva as pessoas e que sirva as cidades”, tinha já dito anteriormente.
O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia disse que os autarcas metropolitanos estavam “cansados de três anos de burocracia”, mas “contentes por ter ganho todas as impugnações judiciais” interpostas por actuais operadores.
Eduardo Vítor Rodrigues considerou que “a lógica do monopólio tinha de dar origem, como se sabe, a um modelo concursal”, que “tanta falta fez nos anos que fomos vivendo”.
“O que temos hoje é uma situação limite. Limite na qualidade do transporte, na capacidade de resposta aos cidadãos, e isso fica bem plasmado em todos os dados e em todos os estudos, como fica bem plasmado na audição das pessoas que estão nas paragens do autocarro à espera, a serem transportados com condições muito deficientes, e a terem um transporte que é tudo menos regular”, considerou.
Aos jornalistas, já após a cerimónia, o presidente da AMP disse esperar “responsabilidade” dos actuais operadores na transição para os novos. “Era o que havia de faltar se agora os operadores que perderam o concurso público se vingassem nos cidadãos”, disse, falando num “processo difícil” e “lento”.
O concurso público de 394 milhões de euros, adjudicado inicialmente por 307,6 milhões, acaba com um modelo de concessões linha a linha herdado de 1948 e abrange uma nova rede uniformizada de 439 linhas, incluindo bilhete Andante, com a frota de autocarros a dever apresentar “uma imagem comum em todo o território”.