O presidente da AMP diz que não pode anular o concurso para o transporte rodoviário de passageiros só porque não ganhou “quem alguns querem”.
“Há uma coisa que nunca faria: viciar concursos. Não podemos ficar na posição do miúdo que leva a bola para a escola e só deixa jogar se ele próprio fizer parte da equipa. Acho que não pode acontecer”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, à “Lusa”, mostrando-se surpreendido e preocupado com o que tem “ouvido” a defender a anulação do concurso em face dos resultados preliminares.
O PCP do Porto defendeu no passado dia 21 que o concurso público de transporte rodoviário na Área Metropolitana do Porto (AMP) deve ser “interrompido” para que seja garantida a manutenção dos postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores.
Tal como o TRANSPORTES & NEGÓCIOS avançou em primeira mão, empresas espanholas terão ficado em primeiro lugar em praticamente todos os lotes em concurso, o que, a confirmar-se, poderá significar que operadores como a ET Gondomarense, Valpi, Espírito Santo ou UTC perderão grande parte, para não dizer a totalidade do seu negócio.
“É o mercado concorrencial a funcionar”, observou Eduardo Vítor Rodrigues, acrescentando que “também é preciso perguntar se não vale a pena reflectir se cada um fez o que devia”.
“Porque não foram as empresas todas espanholas que ganharam. A Feirense, por exemplo, não é espanhola, e veio em consórcio e para já está à frente de um lote”, disse.
Eduardo Vítor Rodrigues questionou se o modo de gestão das empresas concessionárias durante os últimos anos foi o correcto ou se poderiam ter tido uma preparação diferente para o concurso.
“Em vez de comprarem autocarros em condições, dotando a empresa de equipamento mais avançado, optaram por solução de compra de autocarros da Bélgica ou da Alemanha onde já não circulavam”, observou, acrescentando que, em qualquer caso, como presidente da AMP tem de garantir o serviço público.
O presidente da AMP mostrou-se confiante de que as empresas vencedoras, mesmo sendo estrangeiras, “não virão de fora trazendo os motoristas todos e trazendo tudo”.
“Acho que vai haver aqui modelos de subcontratação que são legítimos e que podem ajudar a que haja uma integração das empresas e motoristas”, afirmou.
O autarca, que lidera também a Câmara de Vila Nova de Gaia, rejeitou que possa sequer imaginar-se a anulação de um concurso obrigatório por lei desde 2014, que há muito devia ter sido lançado porque as concessões são ilegais, apenas porque não ganhou “quem alguns querem”.
“Arma-se o pânico e anula-se o concurso. Isso não faz parte do meu modelo de pensamento. Se querem resolver isso, resolvam no Parlamento, criem uma lei, resolvam. Da minha parte, não posso anular concursos só porque não ganha quem alguns querem”, afirmou, ressalvando, contudo, que existem apenas resultados provisórios decorrentes do relatório preliminar.
Eduardo Vítor Rodrigues salientou que, para além do critério preço, há outros tidos em conta, ou seja, uma empresa pode estar em primeiro lugar segundo o critério preço, mas não ganhar o lote.
Sublinhando que o concurso não permite que uma empresa vença mais do que um lote, o dirigente explicou ainda que vai ser feita agora a revisão dos documentos entregues pelos vários concorrentes e que uma falha pode levar à sua exclusão, pelo que é prematuro assumir resultados.
PARABENS a AMP por este concurso e deve continuar a zelar pelos passageiros.
Infelizmente estamos num pais onde as empresas fazem o que querem e abusam das suas ideias .
PARABENS ao SR Presidente por não aceitar a maioria das empresas que estão nestas rotas há anos demais.
e verdade sim compram autocarros em segunda mão na Alemanha e Bélgica por meia dúzia de euros e compram autocarros novos para o turismo e serviços ocasionais para servir turistas deixando o ferro velho que compram em segunda mão no serviço público .
não mude sua razão SR Presidente .
o meu obrigado
É sempre muito fácil falar quando não se sabe da realidade de muitas empresas
querem autocarros novos mas são os próprios passageiros que destroem tudo riscam etc…