O consórcio GUPC e a Autoridade do Canal do Panamá chegaram a um pré-acordo que permitiu hoje a retoma dos trabalhos de construção do terceiro jogo de eclusas. O início da operação do novo canal foi adiado para o final do próximo ano, atraso que deverá custar à ACP mais de 95 milhões de dólares.
Ao abrigo pré-acordo, a ACP aceitou libertar 36,8 milhões de dólares, assim a construção fosse retomada, relativos a trabalhos facturados em Dezembro, com o objectivo de permitir ao consórcio liderado pela Sacyr pagar aos trabalhadores e a fornecedores.
As duas partes têm agora 72 horas para fechar o acordo sobre outros aspectos-chave do projecto, como sejam o cronograma das obras, as datas de entrega das comportas em falta ou o calendário para a devolução das verbas pagas em adiantado pela ACP.
A crise entre o Grupo Unidos pelo Canal (GUPC) e a Autoridade do Canal do Panamá estalou no inicio do ano, com o consórcio construtor a reclamar o pagamento de 1,6 mil milhões de dólares de sobrecustos.
Os trabalhos não pararam a 20 de Janeiro, como chegou a ser ameaçado, mas sim a 5 de Fevereiro, em situação de ruptura entre as partes.
Com o atraso assim provocado, a ACP já adiou para Dezembro de 2015 a inauguração do “novo” Canal do Panamá. Serão seis meses mais sem poder utilizar as novas eclusas, o que deverá custar à gestora da ligação mais de 95 milhões de euros de receitas potenciais.
O comunicado emitido a propósito do pré-acordo não refere a solução encontrada – se a houve – para o diferendo sobre os 1,6 mil milhões de dólares.