A ANA entregou hoje ao Governo a sua proposta para a construção do novo aeroporto de Lisboa em Alcochete. O presidente do Conselho de Administração da empresa diz-se “muito optimista”.
“Estamos muito optimistas”, respondeu aos jornalistas José Luís Arnaut, à saída da cerimónia que assinalou a entrega do relatório com as condições da ANA – Aeroportos de Portugal para a construção do Aeroporto Luís de Camões, no Campo de Tiro de Alcochete.
O documento foi entregue, na sede do Governo, em Lisboa, aos ministros das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.
A ANA apresentou também um mapa com uma representação do aeroporto, com quatro pistas, que os responsáveis analisaram no final da cerimónia, enquanto os responsáveis da gestora aeroportuária responderam a algumas perguntas dos jornalistas, mas sem adiantar detalhes sobre o documento que entregaram, como, por exemplo, o custo da infra-estrutura.
“Vamos aguardar por 17 de janeiro, que o Governo se pronuncie [sobre o documento]”, apontou José Luís Arnaut.
O responsável da concessionária garantiu que os prazos do processo estão “todos a ser cumpridos”, conforme tinha já assegurado que iria ser feito, e quando questionado se a gestora aeroportuária está com “boa vontade” para construir em Alcochete, foi peremptório: “Toda”.
“Vamos falar agora [com o Governo] do conteúdo do dossiê, mas estamos muito felizes, depois deste tempo de trabalho, com o nosso relatório e essa proposta que vai ser o início, de facto, do trabalho com o Governo”, afirmou o presidente executivo da ANA, Thierry Ligonnière.
A ANA/Vinci, que desde 2012 detém a gestão dos aeroportos nacionais, numa concessão de 50 anos, preferia a opção de construção de aeroporto completar ao Humberto Delgado na Base Aérea do Montijo. Mas o Governo aprovou, em Maio, a construção do novo aeroporto da região de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).
O Executivo estima que o Aeroporto Luís de Camões entre em funcionamento em 2034, mostrando-se menos optimista do que a CTI, que apontava a conclusão da primeira pista para 2030.
Quanto ao custo, o Governo também considera que a CTI está demasiado otimista, e estima que fique algures entre o valor apontado pela comissão liderada por Rosário Partidário (6,105 mil milhões de euros) e os 8-9 mil milhões estimados pela ANA.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, garantiu que é compromisso do Governo que os custos do novo aeroporto não afectem o Orçamento do Estado, acreditando ser possível pagar o investimento com “os recursos libertados pela concessão, até ao fim da concessão”.
Hoje, o ministro das Finanças disse que o Governo procura que “os encargos para o Orçamento do Estado sejam os mais limitados possível, se possível até sem qualquer impacto para os contribuintes”. “Veremos o que o relatório diz sobre esse aspeto”, realçou Joaquim Miranda Sarmento.
Do lado da ANA, ao que veio a púbico, a proposta poderá passar por alargar o prazo da concessão para permitir recuperar o investimento que terá de ser feito, e cujo retorno não será imediato.