A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) e o Grupo Unidos Pelo Canal (GUPC) acordaram em discordar e em dirimir as divergências nas instâncias arbitrais previstas no contrato de 2009. A suspensão das obras parece afastada. A intervenção da ministra espanhola do Fomento terá sido decisiva.
O consórcio construtor, liderado pela espanhola Sacyr, reclama 1,6 mil milhões de dólares de sobrecustos na construção do terceiro jogo de eclusas do canal do Panamá. A ACP apenas reconheceu até ao momento cerca de 150 milhões, mas agora estará disposta a pagar até 320 milhões para desbloquear a situação de imediato. O resto dos valores será discutido em sede de tribunal arbitral.
A ministra espanhola do Fomento esteve no Panamá, onde se avistou com o presidente do país, com a ACP e com dirigentes do construtor. Dos encontros saiu o acordo para as negociações bilaterais entre a ACP e o GUPC.
O envolvimento de Ana Pastor justifica-se pela liderança da Sacyr no consórcio construtor, mas também, ou mais ainda, pelo facto de a empreitada de alargamento do Canal do Panamá envolver cerca de 300 empresas espanholas. A ministra garantiu, todavia, que Espanha não financiará o prosseguimento dos trabalhos.
Antes, à ameaça do consórcio liderado pela Sacyr de suspender as obras no próximo dia 21, respondeu a Autoridade do Canal do Panamá com a garantia de ter condições para assumir a conclusão dos trabalhos. Além do mais, porque pode activar a caução de 600 milhões de dólares que o GPUC teve de depositar quando ganhou o concurso internacional.
As obras de alargamento do Canal do Panamá estão realizadas em cerca de 70%. Os trabalhos deverão ficar concluídos ainda no primeiro semestre do próximo ano.
Na expectativa do “novo” canal, armadores e portos têm investido milhões no aumento das suas frotas e na ampliação das respectivas infra-estruturas.