O projecto do Metro do Mondego “nada tem de megalómano”, garante a ex-secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
Em Coimbra, a agora deputada socialista, defendeu o Metro do Mondego, cuja versão actual, que o Governo se prepara para reformular, foi por si patrocinada em 2006.
Sobre a intenção do MOPTC, que encarregou a Refer de desenhar uma nova solução, mais barata, Ana Paula Vitorino disse que não se pode “estar sistematicamente a voltar à casa de partida” e lembrou os “compromissos assumidos com a população”. “Em 2006 havia perspectivas e condições financeiras que favoreciam o investimento público como promotor da recuperação económica e havia estabilidade política. Hoje existe um quadro diferente, mas o que é necessário é tratar e definir prioridades nos diferentes projectos e fazê-los avançar de forma realista”, declarou, numa sessão promovida pela JS de Coimbra.
Presente também no encontro, Álvaro Maia Seco, até há pouco presidente da Metro do Mondego, centrou as suas críticas no comunicado emitido há dias pelo MOPTC sobre o projecto com o objectivo, disse, de “descredibilizar”. “Os prejuízos de exploração previstos para o sistema são de quatro milhões por ano. Nesses 38 milhões misturam, de forma propositada, os prejuízos de exploração com os custos de amortização do projecto”, afirmou.
Ontem, centenas de manifestantes estiveram na Assembleia da República para reclamarem a continuação do projecto do Metro do Mondego. No hemiciclo, os deputados da Oposição criticaram a opção do Governo. Ana Paula Vitorino foi uma das subscritoras da resolução que recomenda ao Executivo a continuação das obras em curso e a criação de “um serviço ferroviário ligeiro no ramal da Lousã”.