Os esforços para salvar a Hanjin Shipping até poderão evitar a falência, mas a companhia não voltará a ser um operador mundial, de acordo com analistas de mercado. Os receios em contratar uma companhia que causou enormes problemas na cadeia de abastecimento será uma das causas.
“Tecnicamente falando, a Hanjin ainda não está morta e enterrada. Os proprietários e os credores estão a trabalhar para encontrar uma solução”, refere uma análise publicada pela SeaIntel. “Realisticamente, porém, é altamente improvável que seja encontrada uma solução que ressuscite a Hanjin para a sua anterior dimensão”, acrescenta.
A Drewry destaca a perda de confiança do mercado. “Embora não esteja tecnicamente falida, é difícil que a companhia possa continuar a operar, já que os clientes estão, no presente, desesperados a tentar localizar e encontrar alternativas para poderem entregar as suas mercadorias. É pouco provável que voltem a confiar as suas mercadorias à Hanjin”, indica uma nota da consultora.
A falência ou perda de dimensão da companhia sul-coreana vai, segundo Drewry e SeaIntel, ter impacto nas mega-alianças. A Hanjin Shipping integra a recém-formada The Alliance com a NYK, MOL, K Line, Yang Ming e Hapag-Lloyd. “Provavelmente, cada uma das companhias globais irá ficar com uma parte dos actuais clientes da Hanjin – em proporções diferentes – o que aumentará a dimensão das três anunciadas alianças”, refere a análise da SeaIntel, onde é indicado que a The Alliance terá “um plano para uma rede sem a Hanjin”.
A mesma nota salienta que a situação da companhia sul-coreana poderá levar a The Alliance a perder alguma competitividade face à Ocean Alliance e à 2M. “Isso não significa, contudo, que a The Alliance não será competitiva”, garante a SeaIntel.