O Fundo Soberano de Angola é o novo dono da Caioporto, a empresa concessionária da construção do porto de águas profundas do Caio, na província de Cabinda.
A Caioporto era até aqui controlada pelo empresário suíço-angolano Jean-Claude Bastos de Morais, presidente e fundador da Quantum Global, que geria mais de 3 000 milhões de dólares dos 5 000 milhões de activos do Fundo Soberano de Angola, e que em Junho passado foi detido por suspeitas de gestão danosa.
Na altura, o presidente angolano determinou a revogação da concessão do novo porto do Caio, tendo sido nomeada para o efeito uma comissão negociadora.
Agora, um novo despacho do presidente João Lourenço determina que a Caioporto mantenha a responsabilidade da construção do porto de águas profundas de Cabinda, depois de o Fundo Soberano de Angola ter assumido a titularidade da empresa.
O Fundo Soberano de Angola já era o principal financiador do projecto, avaliado em 800 milhões de euros, com o apoio da China.
A construção do porto, na localidade de Caio Litoral, será concretizada em três fases, consistindo a primeira na construção de infra-estruturas portuárias e de uma área de serviços de carga de 100 hectares e um cais com 775 metros de cumprimento, tendo a empresa China Road and Bridge Corporation (CRBC) sido contratada para realizar a empreitada.
Em contrapartida ao investimento que fará, a Caioporto ficará com a concessão de um dos terminais do novo porto, ainda de acordo com o recente despacho presidencial.