A Sonangol e e um xeque do Dubai vão retomar a construção da base logística de armazenamento de produtos petrolíferos da Barra do Dande, em Angola.
Numa primeira fase, o complexo da Barra do Dande terá uma capacidade de armazenamento em terra de 641 500 metros cúbicos, resultado de um investimento de 600 milhões de dólares.
Numa segunda fase, a capacidade poderá subir até aos 1,7 milhões de metros cúbicos de produtos derivados de petróleo. No entanto, a expansão só avançará em função das conclusões dos estudos de mercado, esclareceu o director do projecto do Terminal Oceânico da Barra do Dande, Mauro Graça.
“Não vamos construir algo que não tenha um mercado consumidor”, salientou. O objecivo, prosseguiu, é analisar e rever o projecto e ajustá-lo ao conceito actual.
“Temos de ter um projecto sustentável que seja capaz de gerar o máximo de receitas para o Estado e para os seus accionistas. Vamos ter de fazer análise do mercado regional e local, em termos da capacidade e daí poderemos dimensionar o terminal e, consequentemente, o valor necessário para a sua conclusão”, explicou.
O responsável adiantou que joint venture a 50-50 entre a Sonangol e o xeque Ahmed Damook Al Marktoum, do Dubai, surge no âmbito dos “esforços do Executivo” na busca de novos investidores, que considerou “fundamental para a estratégia de sustentabilidade energética do país”.
A infra-estrutura deve estar operacional no primeiro semestre de 2022, prevendo-se que as obras tenham início dois anos antes.
Construção parada desde 2016
O projecto da Barra do Dande (província do Bengo, Centro-Norte de Angola), que prevê a construção de uma base de armazenamento e recepção de produtos derivados de petróleo, foi iniciado em 2014 e interrompido em 2016, “por força do contexto económico que o país e a empresa viviam”, lembrou Mauro Graça.
A construção da infra-estrutura estava anteriormente estimada em 1 500 milhões de dólares e iria ser desenvolvida pela Atlantic Ventures, uma empresa associada a Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que viu o contrato ser revogado em 2018 e avançou, na altura, com um processo contra o Estado angolano.
Mauro Graça disse aos jornalistas que o contrato anterior já não está em vigor, admitindo que ainda subsistem por resolver questões que “estão a ser tratadas” e que não quis especificar.
Quanto à diferença entre os custos – de 1 500 para 600 milhões de dólares-, explicou que o conceito inicial contemplava uma série de outras infra-estruturas que “nesta fase não são prioritárias”, ainda que possam vir a ser feitas caso haja viabilidade.