Sem respostas da tutela e com os associados à beira de um ataque de nervos, a ANTRAM admite “formas de luta mais assertivas e concertadas” na defesa do transporte rodoviário de mercadorias.
A reunião geral de associados da ANTRAM, realizada no passado sábado, juntou uma plateia “manifestamente exasperada”, nas palavras da associação. Porque o “sector está totalmente estrangulado e farto de ser considerado actividade de terceira linha”.
Por isso, e para “evitar a adopção, desde já, de formas de luta mais assertivas”, a Direcção comprometeu-se a insistir na marcação urgente de uma reunião urgente com a tutela, para “transmitir o estado do setor e o enorme descontentamento” das empresas e “exigir que sejam implementadas, no imediato, medidas de apoio concretas”.
Para breve ficou prometida nova reunião, para dar conta dos resultados alcançados e, em função disso, analisar “formas de luta, mais assertivas e concertadas”.
O rol de queixas e preocupações dos transportadores rodoviários de mercadorias é vasto: o aumento do salário mínimo nacional, o regime das cargas e descargas, a fiscalização do sector, a majoração dos descontos nas taxas de portagem, o incentivo ao abate de veículos e renovação de frota, as ferramentas de apoio à gestão e digitalização, a prorrogação do regime transitório do gasóleo profissional nos postos de abastecimento de consumo próprio, a transposição da Nova Directiva do Destacamento.
Como se isso não bastasse, sublinha a ANTRAM, ele há outras decisões recentes que não agradam, como sejam o preço dos combustíveis e a actuação da entidade reguladora, a eliminação da isenção de ISV para as carrinhas comerciais, a eliminação da redução em 50% do IUC nos veículos com licença para transporte de grandes dimensões, o “privilégio desmedido” do transporte ferroviário face ao transporte rodoviário de mercadorias, ou o esquecimento do sector no PRR, entre outras.
Para a ANTRAM, está em causa “a sustentabilidade de uma actividade que é primordial para a retoma da economia e do país como bem se viu ao longo do último ano”.