A escalada do preço dos combustíveis já consumiu os ganhos resultantes do aumento das tarifas dos transportes públicos rodoviários de passageiros implementado em Janeiro, alerta o reeleito presidente da Antrop.
Para repor a situação seria necessário um aumento imediato de igual amplitude, acrescentou Luis Cabaço Martins, na tomada de posse, perante o chefe de gabinete do secretário de Estado dos Transportes. Em alternativa, o presidente da Antrop lembrou as propostas feitas pela associação ao Governo e as (boas) práticas implementadas noutros países.
O gasóleo social, ou profissional, mantém-se uma reivindicação do sector. Uma medida excepcional para tempos excepcionais, tal como há três anos, quando a sua criação foi anunciada pela então secretária de Estado dos Transportes, na investidura ao anterior Conselho Directivo da Antrop. Então como agora, insistiu Cabaço Martins, o impacte da medida na receita fiscal seria diminuto.
Em alternativa, a Antrop propõe, e aceita, que seja criado um mecanismo similar àquele que financia as infra-estruturas rodoviárias com verbas do ISP, ou aqueloutro que na factura da electricidade financia o investimento nas energias renováveis, disse o presidente.
O discurso de tomada de posse dos órgãos sociais da Antrop para o triénio 2011-2013 retomou, de resto, o fundamental do retrato do sector feito pela associação ao longo dos últimos, com críticas aos poderes públicos (por exemplo, por alimentarem a situação deficitária das empresas públicas do sector) e com sublinhados para o esforço que as empresas transportadoras privadas fazem na manutenção e melhoria do serviço público que prestam.
Na resposta, o chefe do gabinete de Carlos Correia da Fonseca justificou a ausência do secretário de Estado dos Transportes com a participação numa reunião com outros membros do Governo para tratar de assuntos do sector.
Numa comunicação lida – para garantir o rigor das palavras, como justificou – João Alberto Sousa tratou de evidenciar a sintonia do Governo com o sector e enumerou várias iniciativas legislativas que estarão para breve. Respostas concretas deixou poucas, ou quase só uma: o Executivo não tem condições para criar o gasóleo profissional.