O presidente da STCP disse no Parlamento que a STCP poderá/deverá ficar com o exclusivo da operação dentro da Invicta e nos corredores de acesso. A Antrop contrapõe que a responsabilidade da organização dos TP na AMP cabe à Autoridade Metropolitana de Transportes.
“Estamos a analisar a possibilidade de a STCP manter o exclusivo da cidade do Porto. Ninguém entra na cidade do Porto. E a STCP escolhia um conjunto de grandes corredores da entrada da cidade, que também seriam um exclusivo”, disse Velez de Carvalho (que também preside à Metro do Porto) na comissão de Economia e Obras Públicas.
A Antrop, que representa os operadores privados, “estranha” que o presidente da STCP “insista em proferir declarações como se fosse responsável pela organização dos transportes públicos na AMP”. Um “recorrente equívoco”, acrescenta em comunicado, que atribui à “confusão institucional entre o papel regulador do Estado e o de detentor de uma das empresas do sistema”.
A propósito da reorganização da rede na AMP, a associação liderada por Luís Cabaço Martins lembra o trabalho desenvolvido em 2011 por um grupo de trabalho instituído pela SET para “eliminar redundâncias e sobreposições de oferta”. “Apesar dos resultados concretos produzidos, ainda nenhuma alteração da rede foi implementada”, critica.
Na mesma linha, os operadores privados contestam o proposto/previsto “alargamento do princípio da exclusividade a favor da STCP para fora da cidade do Porto”, defendendo antes a “eliminação das situações de sobreposição na área suburbana do Porto, com prejuízo directo prestado às populações e muito penalizador para o erário público”.
Numa coisa, a Antrop e o presidente da STCP estarão de acordo: na concessão aos privados. No Parlamento, Velez de Carvalho lembrou que “há um Plano Estratégico de Transportes que propõe para ambas [STCP e Metro do Porto] a reestruturação, a fusão e a abertura da STCP à iniciativa privada”. No comunicado, a Antrop defende a concessão dos serviços de transporte rodoviário da AMP mas, avisa, “jamais aceitará que a implantação desse processo provoque a destruição do tecido empresarial existente”.