A ANTROP voltou hoje a exigir medidas de apoio ao Governo “que ajudem a suportar os enormes encargos operacionais” que se registam desde o início do ano.
O sector do transporte público rodoviário de passageiros, sublinha a associação em comunicado, “não foi contemplado pelo conjunto de apoios do Governo ao tecido empresarial português e corre o risco de não conseguir suportar o aumento dos custos de operação e, consequentemente, ter que cessar a actividade, a curto prazo, perante défices sucessivos”.
Os prejuízos acumulados pelos associados da ANTROP “perante a subida dos custos de produção (combustíveis e salários) atingiram os 35 milhões de euros em 2021 e, neste ano de 2022, prevê-se que possam atingir os 60 milhões de euros, a nível nacional”.
Desde o início deste ano, os custos com pessoal subiram 6,9% e os combustíveis 17,5%, refere.
“As empresas rodoviárias prestadoras do serviço público de transporte receberam apenas um aumento de 0,57%” e, além disso, “as empresas receberam alguns apoios por conta do aumento dos combustíveis, claramente insuficientes porque só cobriram cerca de 30% do sobrecusto dos combustíveis, sendo que este apoio irá terminar no final de Setembro”.
Apesar de ser insuficiente, “é absolutamente fundamental que este apoio seja prolongado até ao final” do ano, defende a ANTROP.
A associação aponta que o Governo “não pode querer o reforço do transporte público de passageiros e depois ignorar a sua sustentabilidade”, uma vez que as “empresas de transporte público rodoviário não podem repercutir no preço das tarifas o aumento dos custos”.
Isto porque a Taxa de Actualização das Tarifas (TAT) que define a actualização das remunerações aos operadores tem apenas como indexante a inflação e ignora outros custos como os combustíveis e as remunerações aos trabalhadores, argumenta a associação.
“Uma actualização de 0,57%, em 2022, está longe, muito longe de reflectir o aumento dos custos operacionais das empresas do sector”, alerta.
Nesse sentido, a ANTROP “exige a imediata alteração da fórmula de actualização da TAT deixando de estar apenas indexada à inflação, mas estendendo-a também à variação dos custos dos combustíveis e dos custos salariais, bem como a entrada em vigor do gasóleo profissional para o sector do transporte rodoviário de passageiros”.