A APAT critica o comportamento das companhias marítimas em tempos de pandemia e pede a intervenção da Comissão Europeia, a exemplo do que estão a fazer EUA, China e Índia.
Para a APAT, o transporte marítimo não está a fazer o que lhe competiria para ajudar a ultrapassar a crise provocada pela Covid-19 e, por isso, faz parte do problema e não da solução.
Em comunicado, a associação dos transitários demarca-se “em absoluto e veementemente das recentes práticas do transporte marítimo, nomeadamente as que impactam diretamente com a adição de sobretaxas várias desde o início da pandemia da COVID-19, alterando condições pré acordadas entre as partes”.
Em concreto, a associação lembra que desde o início da crise “se tem sentido um forte impacto do desequilíbrio de contentores e a redução da capacidade do transporte marítimo junto dos carregadores e dos transitários”, com prejuízo para as cadeias de abastecimento globais.
A propósito, a APAT refere as investigações em curso “nos USA, na China e na India [às] políticas e as práticas das companhias marítimas globais relacionadas com a imobilização e sobreestadia (D&D – Detention & Demurrage), a devolução de contentores bem como a disponibilidade de contentores e ainda as inúmeras sobretaxas criadas e aplicadas às empresas exportadoras, importadoras e aos transitários”.
Ao invés, “e apesar de muitas insistências através das Associações Europeias que representam as Associações Nacionais” a Comissão Europeia (CE) “nada tem feito para que se inverta a situação” E daí que a APAT apele “à tutela [para] que intervenha junto da CE de modo a que esta actue energicamente de forma a proteger e a possibilitar a recuperação da economia nacional”.
De acordo com a Sea-Intelligence, o transporte marítimo de contentores deverá terminar o ano com um EBITDA de 14 mil milhões de dólares, que será o melhor resultado dos últimos oito anos.
No terceiro trimestre do ano corrente, Maersk e CMA CGM atingiram margens operacionais de 25%.