No âmbito da discussão do Plano Ferroviário Nacional, a APAT propõe a criação de uma rede nacional de terminais intermodais, públicos e privados.
No documento, a que o TRANSPORTES & NEGÓCIOS teve acesso e que publica na íntegra, a APAT sugere a criação de “uma rede principal de terminais logísticos de iniciativa pública e de políticas públicas, pois só estas podem determinar a promoção da intermodalidade como ‘transporte’ preponderante das cadeias logísticas e fundamentais para potenciar o desenvolvimento da economia, a captação de novos investimentos e a criação valor e riqueza”.
Segundo a associação dos transitários, tal rede “deverá ser constituída por cinco terminais (Leixões, Coimbra, Entroncamento, Lisboa e Sines) principais, no eixo estruturante da rede ferroviária nacional (Linha do Norte e Portos), por dois terminais fronteiriços (Guarda e Elvas/Badajoz), alguns destes já construídos, e auxiliados por uma rede assistente de terminais (Valongo, Lousado, Alfarelos, Entroncamento, Bobadela), que já existem, e quase todos de iniciativa privada”.
Na sua participação na discussão púbica do Plano Ferroviário Nacional, a APAT propõe ainda “criar equipas multidisciplinares, aproveitando ao máximo o conhecimento e competências para criar modelos que cativem todos, que unam toda a sociedade civil e política”, bem como criar “um grupo de trabalho independente e isento para avaliar que corredores logísticos de base ferroviária o país necessita”.
Por outro lado, defende “melhorar e criar acessibilidades entre os portos e a RFN [rede ferroviária nacional], garantindo a possibilidade de nos pontos de recepção e expedição se movimentarem comboios com 750 m [metros]”.
Para a associação, é importante “eliminar algumas rampas e pendentes que penalizam seriamente a competitividade do transporte ferroviário” e acabar com “os chamados ‘gargalos’ que inviabilizam os acessos a portos, terminais e indústria de forma eficiente”.
A APAT pede ainda a “construção da ligação entre Sines e Grândola Norte, numa primeira fase, e numa segunda fase a construção da ligação de Grândola Norte a Elvas” e a modernização das linhas do Oeste, Minho e Leste, para assim criar uma rede ferroviária fechada e coerente.
No texto, os transitários insistem na necessidade de integrar a ferrovia no desenho das soluções de transporte, numa solução de complementaridade entre modos, numa lógica de concorrência ou de cooperação, mas nunca de antagonismo.