A presidente em exercício da APDL, Cláudia Soutinho, defendeu hoje o aumento dos preços pagos aos transportadores rodoviários pela movimentação de contentores de/para Leixões.
Citada pela “Lusa”, a sucessora interina de Nuno Araújo na liderança do Porto de Leixões sustentou que o aumento dos preços dos transportadores “tem mesmo que acontecer”, pois “trabalham com preços francamente abaixo, por exemplo, de Lisboa”.
Os transportadores rodoviários que operam em Leixões iniciaram hoje uma paralisação de três dias reclamando compensações pelos atrasos na entrega/levantamento de contentores, fracassada que foi a recomendação da APDL aos stakeholders para o pagamento de uma compensação de 30 euros/hora/contentor durante um período de 30 dias.
O aumento dos preços dos transportadores, disse hoje Cláudia Soutinho, passará pelos “agentes de navegação e os transitários, que são quem contrata os transportadores para virem ao porto buscar a mercadoria”.
Precisamente, o presidente executivo da APAT, a associação dos transitários, rejeitou hoje que o problema das demoras em Leixões se resolva, ou tenha a ver com os preços praticados.
“Houve uma transição dos sistemas informáticos […] e isso tem provocado tempos de demora que não eram normais acontecerem na APDL [Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo”, disse António Nabo Martins à “Lusa”.
“A meu ver, isso não tem a ver com o preço. A questão do preço surge porque, obviamente, se um camião está para entregar um contentor duas horas e passa a demorar quatro ou cinco, os custos de imobilização do camião também disparam, como é evidente”, acrescentou.
O dirigente da APAT ressalvou que não tem “de se pronunciar sobre a questão do preço”, que é “uma relação comercial entre os transportadores rodoviários e quem lhes contrata o serviço”. “O que nós dizemos é que podemos aumentar o preço em 3 000 euros que não resolvemos a ineficiência existente”, insistiu, já que “o problema neste momento não é provocado por o preço ser baixo ou pelo preço ser alto”.
Já a ANTRAM defendeu que o preço a pagar pelo transporte de contentores deve aumentar. De acordo com o porta-voz dos transportadores rodoviários de mercadorias, André Matias de Almeida, “os transportes do porto de Leixões estão assumidos por algumas associações que representam alguns dos maiores operadores do mundo” e o preço que pagam “é, efectivamente, baixo e abaixo da média europeia, para o serviço que é prestado”.