Pela primeira vez, um navio foi abastecido de GNL num dos portos geridos pela APDL. Aconteceu em Viana do Castelo, com o ferry Sicilia, da Baleària.
Saído dos estaleiros da WestSea, onde foi reconvertido para a propulsão a GNL, o Sicilia atracou, ontem, no Terminal Multiusos de Viana do Castelo para receber o primeiro abastecimento do seu novo combustível.
A WestSea instalou no ferry espanhol um tanque de 425 m3 de capacidade, mas no caso apenas foram carregados 125 m3, transportados para o porto vianense pela ESK (empresa especializada no transporte de gazes liquefeitos e criogénicos).
Para Viana do Castelo – e para a APDL – tratou-se de uma estreia, mas a administração portuária já tinha feito o trabalho de casa e desde 2018 que elaborou os manuais e procedimentos para as operações de bunkering de GNL, suportados nas melhores práticas e recomendações internacionais e nacionais (no seguimento das orientações do Quadro de Acção Nacional para a Criação de uma Infraestrutura para Combustiveis Alternativos, que fixou a meta de 2025 para que os portos nacionais tenham a capacidade de fornecer GNL aos navios).
O Sicilia está desde Fevereiro nos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, para fazer a reconversão a GNL e modernizar equipamentos. Além do novo tanque foram adaptados os motores e a casa das máquinas e instalados sensores para monitorização, em tempo real, dos consumos e das emissões.
A modernização do ferry da Baleària passou ainda pela adopção de tecnologia “smart ship”, nomeadamente rede wi-fi, WhatsApp, Smart TV ou acesso aos camarotes através de código QR.
A mudança para GNL permite ao Sicilia reduzir em 30% as emissões de CO2, o que representará mais de 9 000 toneladas por ano, e eliminar as emissões de enxofre e outras partículas. O navio tem, agora, uma autonomia de mais de mil milhas náuticas.