Callao aposta em tornar-se uma alternativa ao canal do Panamá para o tráfego de mercadorias entre a Ásia e a América Latina. A concessão do terminal Norte multipurpose ao consórcio liderado pela APM Terminals é mais um passo nesse sentido.
Só ao terceiro desempate é que o consórcio da APM Terminals (e que integra também os holandeses da Callao Port Holding e a local Central Portuária) venceu a concessão do terminal Norte do maior porto peruano. Derrotado ficou o consórcio liderado pela Hutchison Port Holdings e participado pela Port Investment Limited e pela Sino Invest.
A concessão terá uma duração de 30 anos e compreende as docas 1, 2, 3, 4 e 5 do porto de Callao, onde se movimentam contentores, mas também carga fraccionada e granéis, além de carga ro-ro.
O investimento previsto é de 750 milhões de dólares, que serão aplicados em fases. A primeira durará 44 meses. As seguintes dependerão da evolução do mercado.
A APM Terminals é o segundo operador global a estabelecer-se no porto de Callao, depois de a DP World ter inaugurado ali um terminal de contentores no segundo trimestre do ano passado.
O Peru está a investir forte na modernização do seu sector portuário com recurso a concessões. A Mota-Engil detém ali o porto de Paita e está na corrida a outras infra-estruturas portuárias.