O financiamento do Banco Europeu de Investimento à expansão de Tanger-Med chegou à Comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento pela voz do eurodeputado Nuno Teixeira.
Na sua intervenção, o madeirense eleito na lista do PSD defendeu a necessidade de “repensar a atribuição de prioridades no financiamento de projectos localizados em países terceiros, num período em que vivemos um contexto de crise económica em que se apela à criação de sinergias e de eficácia dos instrumentos de financiamento no seio da União Europeia, e em que verificam grandes dificuldades no acesso ao crédito e ao financiamento bancário”.
Em causa está a atribuição de um financiamento de 200 milhões de euros do BEI para apoiar a construção da segunda fase do porto Tanger-Med, tal como o TRANSPORTES & NEGÓCIOS oportunamente noticiou.
O novo porto marroquino, que não esconde a ambição de se tornar o maior porto de transhipment de África, é considerado um concorrente directo dos portos europeus, em particular os do Sul da Europa (incluindo os portugueses com aspirações naquele mercado global).
O facto de o BEI financiar um projecto que muitos classificam como sendo promotor de concorrência desleal não é, pois, uma opção pacífica a nível europeu, e o eurodeputado português não estará sozinho nas suas reservas e recomendações.
O BEI, recorde-se, foi criado em 1958 pelo Tratado de Roma, com o objectivo de funcionar como fonte de financiamento de longo prazo da União Europeia, para projectos nas áreas des infraestruturas de transportes e energia, entre outros.
O âmbito geográfico de actuação do BEI não se confina, todavia, ao espaço comunitário, ou mesmo europeu.