Os projectos (de apoio ao investimento) matam a iniciativa, dispara Jorge Antunes (Tecnoveritas), em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
O investimento na conversão do motor marítimo da Mitsubishi Heavy Industries a hidrogénio está a ser feito com meios próprios da Tecnoveritas e da HyChem. E todavia já supera largamente o milhão de euros.
A justificação para tal tem a ver com a opinião, baseada na experiência, que Jorge Antunes tem sobre os programas de apoio ao investimento. São lentos, burocráticos, depois o Estado não cumpre com as próprias regras, ou muda as regras a meio do jogo, e no final não paga, diz, sem poupar nas palavras.
Por isso, o CEO de uma empresa de “22 almas”, todos engenheiros, diz ter chegado à conclusão que “se houver alguma disponibilidade, é preferível avançar,” sem apoios. Porque se perde menos tempo, se tem menos dores de cabeça e se tem menos inspecções, em que o promotor é suspeito de ser “malandro”.
Em 2004 a empresa realizou o primeiro catalizador selectivo e esperou até cerca de 2010 para receber o apoio do IAPMEI, recorda. No âmbito do Mar 2020, concebeu um drone para vigilância marítima e “estamos há quatro anos à espera que nos paguem”. O investimento atingiu o milhão de euros, o financiamento por receber fica-se pelos 198 mil euros.
Entretanto, surgiu a boa notícia de um programa público para a descarbonização dos navios do registo convencional, com um orçamento de 50 milhões de euros. Mas a publicação do aviso faz-se esperar há cerca de três meses, com desculpas várias, critica Jorge Antunes. E o prazo para a apresentação das candidaturas termina em Março! Vai ser difícil, lamenta.
A frota nacional é pequena e a sua idade média é relativamente elevada, mas Jorge Antunes descarta que esse seja um problema, lembrando que o navio mais velho intervencionado pela Tecnoveritas tem agora 103 anos.
A Tecnoveritas tem estado a trabalhar proximamente com os armadores nacionais e o seu líder garante ter uma solução que permite descarbonizar qualquer navio até 42%.