As administrações portuárias de Sines e de Leixões enviaram uma carta conjunta à Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), onde vincam que os respectivos portos estão a laborar normalmente e não podem, por isso, ser confundidos com os demais.
“É nosso entendimento que uma referência generalizada aos portos nacionais, sem acautelar que os portos de Sines e de Leixões estão, e estarão, a funcionar em pleno, dá uma má nota aos agentes económicos, em particular aos que se situam no segmento do comércio internacional”, escreveram as duas administrações.
O presidente da AICEP, Pedro Reis, apelou na semana passada a uma “solução rápida e construtiva” que termine com a greve nos portos, que “começa a atingir o coração do sector exportador”.
“Na anunciada greve nacional “dos portos portugueses” para 23 de Outubro próximo, os portos de Sines e de Leixões, onde se movimenta 61% da tonelagem total dos portos portugueses, não estão nem vão estar paralisados pela greve declarada”, afirmaram ainda a APS e a APDL.
Sines e Leixões destacaram, ainda, que têm “soluções alternativas aos portos com instabilidade laboral anunciada”.
A missiva das administrações portuárias de Sines e Leixões segue de perto o comunicado emitido há dias pelas respectivas comunidades portuárias.
Em ambos os casos, o objectivo será chamar a atenção do mercado, mas também, ou sobretudo, dos dirigentes políticos e das associações empresariais que nas suas intervenções têm generalizado ao sector os problemas laborais que se concentram essencialmente nos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz.
A mesma estratégia tenderá a fragilizar a posição dos sindicatos. No entanto, e curiosamente, Vítor Dias, dirigente da Fesmarpor, salientou ele próprio à “Lusa”, em resposta aos pedidos de requisição civil, que “o porto de Lisboa não está completamente parado, está a laborar a um turno, e há portos a trabalhar na força máxima”.
Também a Administração do Porto de Viana do Castelo (APVC) garantiu ontem, em comunicado, que “o Porto Comercial de Viana do Castelo se encontra em pleno funcionamento, garantindo todas as operações com navios e mercadorias com origem/destino neste porto”.