A Covid-19 penalizou fortemente o shipping europeu, segundo os armadores membros da ECSA. Os investimentos em frota tenderão a ser adiados.
O relatório do inquérito realizado pela ECSA aos seus membros em Abril mostra graves impactos económicos da pandemia no transporte marítimo europeu. Em geral, o sector marítimo europeu não espera um regresso ao nível de actividade pré-crise no decorrer de 2020.
Em linha com essa posição, 44% dos inquiridos acreditam que não poderão mais investir em frota ecológica. Por outro lado, 30% dos inquiridos acham que poderá continuar a haver investimentos, mas em menor grau, enquanto 26% esperam que os investimentos na redução de emissões regressem na mesma extensão que o planeado antes da Covid-19.
“Isto é um grande revés para o sector, que está totalmente alinhado com as metas de redução de CO2 da IMO para 2050 e desde que a nova Comissão Europeia assumiu o cargo apoia a ambição da UE de ser o primeiro continente neutro em carbono do mundo”, apontou a ECSA.
No que se refere a investimentos em renovação de frotas, mais da metade dos armadores não os fará. Apenas 11% dos entrevistados consideram que esses investimentos regressarão como planeado antes da pandemia e 37% admite que haja investimentos, mas em menor grau.
No que diz respeito à empregabilidade, mais da metade das companhias mantém uma perspectiva positiva de regresso ao nível de emprego pré-crise em 2020.
Com excepção do segmento de navios-tanque, o sector de navegação em geral enfrenta perdas económicas imediatas significativas. Os segmentos mais atingidos são os ferries, os cruzeiros, os car-carriers e embarcações de serviço offshore. A queda do volume de negócios atingiu mais de 60% nesses segmentos. No plano oposto, os navios-tanque viram um aumento no volume de negócios em Março de 2020.
Os entrevistados da ECSA indicam que esperam alguma recuperação no que resta do ano, porém as perdas de volume de negócio serão significativas em todo o sector, excepto nos navios-tanque. O emprego de marítimos e pessoal de escritório segue padrões muito semelhantes, com uma diminuição acentuada de marítimos nos segmentos mais impactados e menos para o pessoal de escritório.
Quase 80% dos entrevistados destacaram as mudanças na tripulação como a questão mais urgente que precisa de apoio imediato, seguida de questões financeiras e, em seguida, a validade dos certificados dos marítimos e dos navios e os apoio ao emprego. Em termos de suporte financeiro, o sector de navegação prioriza o apoio para refinanciamento da carteira de empréstimos.