Hong Kong e Singapura mas também o Chipre estarão na primeira linha para beneficiar com o mais que provável aumento dos impostos sobre os armadores gregos.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, propôs aos credores internacionais a eliminação gradual dos privilégios fiscais ao sector do transporte marítimo e consequente aumento da tonnage tax.
O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, já instou pessoalmente Atenas a abolir a lei que concede aos armadores a isenção de impostos sobre os lucros e lhes permite pagar apenas uma taxa pela arqueação dos navios.
A legislação em causa remonta a 1953, na altura para permitir a reconstrução da frota mercante grega, aniquilada durante a Segunda Guerra Mundial, mas manteve-se até hoje.
Sem surpresa, quem não acha “graça” à medida são os empresários do sector, que poderão deslocalizar as suas sedes. Nos últimos seis meses ter-se-ão deslocado à Grécia delegações de Singapura e de Hong Kong para atrair empresas do sector. Além disso, empresários gregos estarão já a sondar o mercado de Chipre.
Os armadores gregos representam 7% do PIB da Grécia, empregam cerca de 250 mil pessoas e investiram 13 mil milhões de dólares (11,76 mil milhões de euros) na construção de novos navios em 2014, apesar da crise que afecta o país.
Não é por acaso que a Grécia é uma potência mundial em termos de frota controlada pelos empresários nacionais.