A Maersk Line, a CMA CGM e a Hanjin Shipping são três das companhias que se propõem aumentar os fretes marítimos entre a Ásia e a Europa, tentando com isso inverter a perigosidade tendência de quebra dos preços.
A Hanjin Shipping foi mesmo a primeira a anunciar aumentos, em meados do mês passado. E a primeira a aplicá-los: a partir do próximo dia 15 do corrente. Serão mais 200 dólares por TEU e 400 dólares por FEU para as ligações entre o Extremo Oriente (excluindo o Japão) e o Norte da Europa e Mediterrâneo.
Ao mesmo tempo, a companhia sul-coreana propõe-se praticar aumentos de 150 dólares/TEU e 300 dólares/FEU nas cargas oriundas do Sudeste asiático, do subcontinente indiano e do Médio Oriente e destinadas ao Mediterrâneo e Norte da Europa.
A Maersk Line, por seu turno, anuncia para 1 de Junho próximo um aumento generalizado de preços nos seus serviços Ásia-Europa, na ordem dos 150 dólares/TEU. Em Março, a companhia dinamarquesa, número um mundial, já havia implementado um aumento de fretes.
Também a 1 de Junho entrarão em vigor os novos preços da CMA CGM, que anuncia um aumento de 225 dólares/TEU para todas as cargas provenientes da Ásia e destinadas à Europa.
Tal como os demais, o armador francês justifica a subida como uma resposta à drástica deterioração dos fretes. A CMA CGM avisa, de resto, que outros aumentos se sucederão a partir de Julho.
Na verdade os fretes não cessam de baixar no FE-Europa à medida que a oferta de capacidade aumenta e a procura dá sinais de abrandamento. O índice de Xangai já registou fretes “tudo incluído” abaixo dos 1 900 dólares, quando só o custo do combustível ronda os 1 500 dólares/FEU.
A dúvida está em saber até que ponto conseguirão os transportadores marítimos impor a alta de preços, quando é cada vez mais fácil arranjar cotações para o transporte de cargas entre o Extremo Oriente e a Europa. E mais fácil será ainda no futuro próximo à medida que os operadores criam novos serviços e aumentam a capacidade nos existentes.